segunda-feira, março 21, 2022

Antes e Depois - Pec. 7

Sábado, 26 de Fevereiro de 2022
O troço de Arganil versão 2021

Ia começar este texto dizendo que me custa a entender porque se deixa de fora a região de Arganil ao fazer o calendário do Nacional de Ralis. Refiro-me a um rali de terra, mas se a opção for asfalto, também há estradas à altura. Mas pensando melhor acho que entendo perfeitamente. É triste o caminho que os ralis vão tomando em Portugal.

Deste troço só conhecia a zona do PPD e os saltos antes do salto grande do nosso Antes e Depois. Fiquei maravilhado com o resto... isto é rali.

Sobre Arganil disse um dia o "almadense nascido em Celavisa" Carlos Bica:

-Os de Fafe gostam muito de dizer que a ‘catedral’ é lá, mas, nos ralis, a ‘catedral’ de Portugal é Arganil e sempre o foi, desde o tempo do Londres – México.

Contudo, não foi de um dia para o outro que Arganil ganhou a sua mística. Desde o seu início, em 1967, que conta com feitos dignos da história dos ralis.

No ano de estreia da etapa, Jean Pierre Nicolas (Renault 8 Gordini) vence.

Em 1968, nada menos que 44 equipas desistiram na ligação Góis-Arganil.

Um ano mais tarde, em 1969, o inglês Tony Fall destaca-se “misteriosamente”. Uma das muitas histórias da prova.

Em 1977, a Câmara Municipal de Arganil passou a oferecer um prémio monetário ao piloto português que fizesse o melhor tempo no cômputo das duas passagens. Giovanni Salvi, em Ford, foi o piloto contemplado.

Já 1979 foi o ano em que mais quilómetros se percorreram nos caminhos de Arganil. A juntar à tradicional versão de 43Km, correu-se neste ano outra versão, Fajão-Arganil, com 45,5Km, terminando também perto de Folques.

A título de curiosidade refira-se que alguns dos maiores engarrafamentos de trânsito de espetadores na história do Mundial de Ralis se registaram em Arganil.

Para este nosso Antes e Depois percorremos a versão usada em 2021 que tem algumas alterações com as anteriores.
Em 2019 a especial tinha 14,44 Km e agora passou a ter 18,82 Km, numa estrada completamente nova para ralis, que em determinados pontos teve de levar rails, tal é o ‘buraco’ do lado do co-piloto.
A nova zona começa um pouco abaixo do Posto de Vigia (onde os concorrentes não vão, mas passam perto) e termina já na descida para o Sardal, entroncando novamente na estrada já usada em 2019. O início é o mesmo, as diferenças começam a seguir aos saltos. Aí, já não viram para a direita para baixo seguindo em frente para o Posto de Vigia.
O troço inicia-se ainda no asfalto da EM.508, entrando logo de seguida em terra junto à casa do PPD. Como vínhamos do Enxudro começámos ligeiramente à frente.
Passada a zona dos topos chegámos ao local escolhido para o nosso Antes e Depois. Estava de chuva e a vontade de ir procurar o ângulo certo não era nenhuma.
Elfyn Evans / Martin Scott em 2021 e a nossa foto em 2022
Nesta foto pode-se observar a laje bem característica desde sempre dos troços desta região, embora agora a estrada apresente um piso acessível a qualquer veículo.
A seguinte mostra o gancho para Deguimbra.

O troço é pela direita; em frente é para o baloiço da Carriça

O final do troço é poucos metros antes desta placa.

Daqui seguimos para Folques, mas antes passámos por mais um sítio bem conhecido e lá tivemos de fazer mais um Antes e Depois.



Faltava só tentar arranjar um pneu, pois Arganil fez das suas, e a coisa não se afigurava fácil a um sábado ao final da tarde, mas fomos abençoados, e mesmo com a oficina fechada o Sr. António Mário prontificou-se a vir resolver o problema e assim ficámos bem mais descansados.
Problema resolvido, foi altura de beber umas imperiais a ver os Campeões a jogar, e ir jantar.
Ficámos hospedados no Hotel de Arganil, local também ele mítico, e que conta nas suas paredes pedaços de história do Rali de Portugal por terras de Arganil.





Para terminar, fica o mapa e o filme :




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