05-08-2023, Mirandela, Alheiras e Dona Chama
Novo dia, nova voltinha pelos arredores de Arrifana. Hoje fomos visitar Mirandela, provar as suas alheiras e para fim de passeio fomos conhecer a Torre de Dona Chama.
Saídos de Arrifana pela A4, constatámos que até Mirandela é quase sempre a descer, e que grandes descidas...
E fomos conhecer a cidade. Mirandela localiza-se no Vale do Rio Tua, numa zona aplanada de solos muito férteis onde se cultivam oliveiras. À sua volta, encontram-se muitos montes e, por essas razões, verifica-se um microclima caracterizado por Verões abafados e quentes, que lhe dão a alcunha de Terra Quente Transmontana.
O azeite é produto chave na economia do concelho, tendo os diversos produtores sido galardoados com os mais importantes prémios do sector, quer nacionais, quer internacionais. A alheira tem também um papel preponderante no sector industrial da região, conhecida em todo o mundo e votada uma das Sete Maravilhas Gastronómicas de Portugal.
Quanto a monumentos, o Palácio dos Távoras, do século XVII, o Palácio dos Condes de Vinhais, a antiga muralha da qual resiste ainda a Porta de Santo António e a Ponte Velha são os mais relevantes.
E foi a bordo dele que demos uma boa volta por toda a cidade. Pena mesmo a música...mas não se pode ter tudo.
grande azáfama...um filma, o outro fotografa |
A Igreja Paroquial e o Palácio dos Távoras esperavam-nos e nem a íngreme subida nos assustou, na verdade só nos cansou.
Depois de tanta subida, nada como sentar numa fresca esplanada, beber uma água e decidir onde se iria almoçar. A esplanada era apetecível, mesmo à beira rio e com boas vistas. O eleito para almoçar foi o restaurante Grês. Almoçámos muito bem, extraordinário restaurante, com uma carta que nos fez pensar se iríamos mesmo na alheira ou não, tal era a variedade de pratos bem apelativos, mas a alheira prevaleceu.
Degustada a especialidade local foi altura de seguir viagem. Nova travessia da Ponte Medieval e fizemo-nos ao caminho da tal de Dona Chama.
Chamôa se chamava a senhora, dona da Torre Moura, de rosto formosíssimo e pés de cabra. Por causa do seu defeito — os pés de cabra — nunca saía dos seus aposentos e pelas friestas só mostrava o seu rosto, de peregrina beleza e uma das mãos, onde brilhava um anel, símbolo do seu poderio. Sensual e lúbrica, chamava a audiências vários homens, nenhum saindo, com vida, fora das muralhas.
Um dia, um cortesão, chamado a audiência, consegue embalar e entreter a senhora, de tal forma que ela adormece. O cortesão, vendo a senhora a dormir tão profundamente e aterrorizado pelos pés de cabra que via, rouba-lhe o anel e desce a Torre Moura. Não o querem deixar passar os homens de armas, mas ele mostra-lhes o anel da senhora e, perante esse símbolo, todos obedecem.
O homem sai. Quando descia a encosta do monte, a dona da Torre começa a chamá-lo, mas ele finge, seguindo sempre, que não ouve.
Porém, em baixo, os homens de armas gritam-lhe: «a dona chama!» Responde ele: «Chama, Chamona Pernas de Cabra, Cara de Dona» e assim se formou a Dona Chama...
Demos uma voltinha à vila, o calor apertava, e na realidade não havia muito que ver.
A partir daqui seguimos por uma Municipal, não podia faltar, neste caso foi a EM 553 até bem perto de Macedo de Cavaleiros , demos uma volta pela cidade e fomos para o sossego de Arrifana.
Voltámos a jantar em Macedo de Cavaleiros, e continuámos na dieta transmontana. Hoje repetimos o rodeão, de entre a posta e a costeleta, foi o que mais apreciámos. Para não ser tudo igual, trocámos o vinho. Este Vale Pradinhos Reserva, é bem bom.