sábado, agosto 26, 2023

Verão 2023 dia 3

 05-08-2023, Mirandela, Alheiras e Dona Chama

Novo dia, nova voltinha pelos arredores de Arrifana. Hoje fomos visitar Mirandela, provar as suas alheiras e para fim de passeio fomos conhecer a Torre de Dona Chama.
Saídos de Arrifana pela A4, constatámos que até Mirandela é quase sempre a descer, e que grandes descidas...

assim que entrámos na A4 encontrámos um espião 😎





Estacionámos junto à estátua da menina e da pomba


E fomos conhecer a cidade. Mirandela localiza-se no Vale do Rio Tua, numa zona aplanada de solos muito férteis onde se cultivam oliveiras. À sua volta, encontram-se muitos montes e, por essas razões, verifica-se um microclima caracterizado por Verões abafados e quentes, que lhe dão a alcunha de Terra Quente Transmontana.

O azeite é produto chave na economia do concelho, tendo os diversos produtores sido galardoados com os mais importantes prémios do sector, quer nacionais, quer internacionais. A alheira tem também um papel preponderante no sector industrial da região, conhecida em todo o mundo e votada uma das Sete Maravilhas Gastronómicas de Portugal.

Quanto a monumentos, o Palácio dos Távoras, do século XVII, o Palácio dos Condes de Vinhais, a antiga muralha da qual resiste ainda a Porta de Santo António e a Ponte Velha são os mais relevantes.






O tempo ia aquecendo e às tantas encontrámos o comboio


E foi a bordo dele que demos uma boa volta por toda a cidade. Pena mesmo a música...mas não se pode ter tudo.



grande azáfama...um filma, o outro fotografa



A Igreja Paroquial e o Palácio dos Távoras esperavam-nos e nem a íngreme subida nos assustou, na verdade só nos cansou.






Depois de tanta subida, nada como sentar numa fresca esplanada, beber uma água e decidir onde se iria almoçar. A esplanada era apetecível, mesmo à beira rio e com boas vistas. O eleito para almoçar foi o restaurante Grês. Almoçámos muito bem, extraordinário restaurante, com uma carta que nos fez pensar se iríamos mesmo na alheira ou não, tal era a variedade de pratos bem apelativos, mas a alheira prevaleceu.





Degustada a especialidade local foi altura de seguir viagem. Nova travessia da Ponte Medieval e fizemo-nos ao caminho da tal de Dona Chama.



Eis-nos chegados a Torre de Dona Chama. Deve-se este nome a  uma lenda:

Chamôa se chamava a senhora, dona da Torre Moura, de rosto formosíssimo e pés de cabra. Por causa do seu defeito — os pés de cabra — nunca saía dos seus aposentos e pelas friestas só mostrava o seu rosto, de peregrina beleza e uma das mãos, onde brilhava um anel, símbolo do seu poderio. Sensual e lúbrica, chamava a audiências vários homens, nenhum saindo, com vida, fora das muralhas.
Um dia, um cortesão, chamado a audiência, consegue embalar e entreter a senhora, de tal forma que ela adormece. O cortesão, vendo a senhora a dormir tão profundamente e aterrorizado pelos pés de cabra que via, rouba-lhe o anel e desce a Torre Moura. Não o querem deixar passar os homens de armas, mas ele mostra-lhes o anel da senhora e, perante esse símbolo, todos obedecem.
O homem sai. Quando descia a encosta do monte, a dona da Torre começa a chamá-lo, mas ele finge, seguindo sempre, que não ouve.
Porém, em baixo, os homens de armas gritam-lhe: «a dona chama!» Responde ele: «Chama, Chamona Pernas de Cabra, Cara de Dona» e assim se formou a Dona Chama...

Demos uma voltinha à vila, o calor apertava, e na realidade não havia muito que ver.




A partir daqui seguimos por uma Municipal, não podia faltar, neste caso foi a EM 553 até bem perto de Macedo de Cavaleiros , demos uma volta pela cidade e fomos para o sossego de Arrifana.



Voltámos a jantar em  Macedo de Cavaleiros, e continuámos na dieta transmontana. Hoje repetimos o rodeão, de entre a posta e a costeleta, foi o que mais apreciámos. Para não ser tudo igual, trocámos o vinho. Este Vale Pradinhos Reserva, é bem bom.


Hoje foi o ultimo dia por estas bandas, pelo que fomos espreitar o Macedo by night. A coisa animou, descobrimos uma loja de um produtor de ginjinha, provámos e até trouxemos uma garrafa.







Por hoje estava feito, fica o mapa e o filme do dia e amanhã há mais.




domingo, agosto 20, 2023

Verão 2023 - dia 2

 04-08-2023 Arrifana-Arrifana

Para hoje tínhamos previsto um percurso de sensivelmente 80 Km à volta de Arrifana, repleto de locais interessantes para visitar.
A menos de 5 minutos do hotel tínhamos Podence, aldeia que em 2019 viu o seu tradicional Entrudo Chocalheiro ser classificado pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade. Para isso muito contribuiu  o simbolismo dos seus "caretos", figuras masculinas e diabólicas que, sob máscaras e trajes de vivas cores, saem à rua com frenéticos chocalhos para atazanar as raparigas e brindá-las com rituais de fertilidade.
Para além dos caretos, tem também Podence um casario tradicional maioritariamente decorado por grandes murais de arte urbana, que, em traços definidos e cores vibrantes, recriam não só cenas do Entrudo Chocalheiro, como também algumas figuras públicas apreciadas na terra.  Esses murais são pintados por Ricardo Dobrões, conhecido no universo da street art, como “Trip Dtos”.
















Podence é uma aldeia bastante fotogénica, até fizemos um pequeno vídeo:


Estava na altura de deixar os caretos e seguir viagem. Os próximos destinos seriam os gnaisses de Lagoa e a descontinuidade de Conrad.  Para lá chegar passámos por Morais, nome que a par de outros que fui vendo - Zoio, Chacim, Corujas, Malta, etc - me fizeram lembrar que por aqui andei em 2002 e 2004 a acompanhar o então chamado TMN Rali de Portugal, que  aqui se disputou de 2002 a 2004, anos em que esteve fora do Mundial.
Passámos por Morais...



e pouco mais à frente vimos a tabuleta que indicava Gnaisses, estacionámos e depois de um pequeno trajecto em terra deparámo-nos com os Gnaisses, "que mais não são do que  rochas metamórficas que derivam de rochas que, outrora, fizeram parte de um antigo continente e que foram movimentadas sobre o atual, por mais de 200 km, há cerca de 400 milhões de anos."
Geologia não é o nosso forte, íamos mesmo era à espera de ver água a correr, conforme a ilustração que lá está mostra, pelo que a coisa foi...decepção.




Mas como não somos de desistir...continuámos numa de geologia, seguiu-se a descontinuidade de Conrad.
Afinal o que é a descontinuidade de Conrad?
Há quem diga que é isto:
"A descontinuidade de Conrad corresponde ao limite sub-horizontal na crosta continental em que a velocidade da onda sísmica aumenta de forma descontínua. Este limite é observado em várias regiões continentais em profundidades de 15 a 20 km, porém não é encontrado em regiões oceânicas ."
Foi aqui que entendemos que não percebemos nada disto, mas....adiante, ficam as fotos, pois temos um público bastante eclético, onde não faltam verdadeiros especialistas em geologia e afins 😎





Ao observar esta última foto, aquele estradão que se vê, trouxe-nos à memória uma passeata de Polaris em 2017 em que fizemos uma travessia a vau do Rio Sabor. Pormenores do passeio aqui , e os filmes aqui 
Na verdade o estradão que nos levou ao Rio Sabor em 2017, não era aquele, mas era sensivelmente a 7km a montante daquele. Para ser mais exacto era em 41º26.544'N  6º41.402'W
De geologia estava feito, e com isto tudo aproximava-se a hora de almoço. Para hoje elegemos o Restaurante Saldanha, não no Atrium Saldanha mas em Peredo, e para lá chegar tivemos de atravessar o Sabor, mas por uma recente ponte.




Chegados a Peredo e ao Restaurante Saldanha, escolhemos a dieta transmontana...Posta. Antes da posta e sem termos pedido qualquer entrada, ela chegou na mesma e desta forma




Depois de almoço, continuámos pela EN 216, que nos levaria até Macedo de Cavaleiros, mas fizemos 2 desvios, um para passarmos a Barragem de Camba, e outro para passar pelo interior da aldeia de Chacim, nome  de que também nos lembrávamos de ter passado em 2002 ou 2004.









O calor fazia-se sentir, o que nos levou a ir beber uma água fresca a Macedo de Cavaleiros, o que se viria a revelar, só mais tarde percebemos, determinante para termos de regressar a casa dois dias antes do previsto, mas isto são outras histórias.
De Macedo fomos até ao Azibo, conhecer as suas praias. Não parámos na da Fraga da Pegada, mas na da Ribeira vimo-nos na obrigação de ir à praia.





Regressámos ao Hotel, e começámos a sentir que algo de errado estava a acontecer com a garganta, voltámos a Macedo, e quando fomos jantar  continuámos com a dieta transmontana...hoje foi dia de costeleta


Por hoje estava feito, amanhã seria dia de alheiras...
Fica o mapa e o filme do dia