Sábado 4-08-2018 Sabiñánigo – Lourdes 292km
Andamos feitos uns madrugadores, hoje metemos
o carro a trabalhar às 8:15.
A hora tão madrugadora ainda estava o
comércio fechado, e como precisávamos de água, e mais qualquer coisa, fizemo-nos
ao caminho e à saída da vila paramos numa bomba da Repsol onde tomamos o
pequeno-almoço e fizemos as compras. Impressionante o número de ciclistas que
já se viam a esta hora em ambos os sentidos da estrada.
Já reconfortados
fomos percorrendo a N260 e sucessivamente passando por Biescas, Gavín, Viu,
Broto, Sarvisé, Fiscal e Aínsa – Sobrarbe, onde deixamos a N 260 e seguimos
pela A 138 que nos levaria até á fronteira Espanha / França, que se encontra no
túnel Bielsa – Aragnouet aberto ao trânsito em 1976, com um comprimento de
3.070 metros, dos quais 1.303 estão em território espanhol e 1.767 na França. A
fronteira entre a França e a Espanha está localizada no km 92,490 da A-138.
Saída pela fresquinha |
Em Espanha também há oueds... |
ali já é França... |
Toda esta zona é bem
bonita e as localidades bem agradáveis, tudo a merecer bastante mais tempo,
isto de viajar com data de regresso e com as dormidas marcadas é uma treta que
condiciona totalmente o conhecer os locais por onde se vai passando, mas que
fazer? Talvez esperar pela reforma e por uma auto-caravana…
Ainda não me referi a
elas, as descidas, e as maiores ainda estavam para vir, mas a primeira digna
desse nome é mesmo a de saída do túnel, são quase 10km sempre a descer até
Aragnouet. A partir daqui começam a surgir aqueles nomes que quem gosta de
acompanhar as etapas do Tour de France se habituou a ouvir: Saint-Lary-Soulan,
Arreau, onde entramos na estrada D918, também chamada de Route des Cols, e a
partir daqui começa logo a subida ao Col D’Aspin, 12,1 km e 6,4% de declive,
com um valor máximo de 9,5% a cerca de 5 km do cimo, até se atingir os 1490 m.
Escusado será dizer que passado o Col, outra descida surge, esta tem 12,8 km
com declive médio de 5,1% até
Sainte-Marie-de-Campan. Antes disso, paragem para retemperador almoço,
que isto de fazer tanta subida e descida abre o apetite, em Payolle, dans les Marmottes
de Payolle.
entrada em França |
até cansa só de ver |
E como por aqui,
quando não se está a descer é porque se está a subir, chegados a
Sainte-Marie-de-Campan iniciamos a subida do Col du Tourmalet, pelo lado leste,
que se prolonga por 17,2 km com um declive médio de 7,4% e com um máximo de 12%
até se atingir os 2115 m. Admirado o local ficamos a saber que Octave Lapize
foi no longínquo ano de 1910, o primeiro vencedor do prémio da montanha neste
local. No local homenageia-se também Jacques Godet, diretor do Tour de France
de 1936 a 1987 e Octave Lapize ofegando enquanto se esforça para fazer a
escalada.
Apreciado o Col e
parte do seu historial, chegou a mãe de todas as descidas…18,3 km a uma
inclinação de 7,7% até se chegar a Luz-Saint-Sauveur. Só foi pena termos
encontrado umas nativas da terra que se moviam pachorrentamente pelo meio da
estrada.
Chegados a Luz-Saint-Sauveur,
e como ainda era bastante cedo, fizemos um desvio da nossa rota e fomos
apreciar aquela que é considerada como a maior cascata da Europa. Trata-se da Cascata de Gavarnie
com uns impressionantes 422 metros. Insere-se no Circo de Gavarnie constituído
por uma muralha rochosa semicircular com seis quilómetros de perímetro e com cerca
de 1 500 m de altura desde o fundo do vale até a alguns dos cumes mais altos
dos Pirenéus. Como ficava a uma hora de caminhada de Gavernie…demos bastante
zoom e seguimos viagem.
Até Lourdes foi um
instante e quando chegamos pensamos: onde é que nos viemos meter? Havia uma
peregrinação que por mais que tentássemos saber do que se tratava, nada vimos
que nos elucidasse, as pessoas eram aos magotes e a confusão era geral.
Já refrescados fomos dar
uma volta pela cidade, jantar, apreciar a procissão e visitar a “gruta” e por
hoje estava feito.
Fica o mapa e o filme do dia: