quinta-feira, agosto 23, 2018

Pirenéus e arredores dia 4

Sábado 4-08-2018 Sabiñánigo – Lourdes 292km


Andamos feitos uns madrugadores, hoje metemos o carro a trabalhar às 8:15.
A hora tão madrugadora ainda estava o comércio fechado, e como precisávamos de água, e mais qualquer coisa, fizemo-nos ao caminho e à saída da vila paramos numa bomba da Repsol onde tomamos o pequeno-almoço e fizemos as compras. Impressionante o número de ciclistas que já se viam a esta hora em ambos os sentidos da estrada.
Já reconfortados fomos percorrendo a N260 e sucessivamente passando por Biescas, Gavín, Viu, Broto, Sarvisé, Fiscal e Aínsa – Sobrarbe, onde deixamos a N 260 e seguimos pela A 138 que nos levaria até á fronteira Espanha / França, que se encontra no túnel Bielsa – Aragnouet aberto ao trânsito em 1976, com um comprimento de 3.070 metros, dos quais 1.303 estão em território espanhol e 1.767 na França. A fronteira entre a França e a Espanha está localizada no km 92,490 da A-138.
Saída pela fresquinha












Em Espanha também há oueds...





ali já é França...
Toda esta zona é bem bonita e as localidades bem agradáveis, tudo a merecer bastante mais tempo, isto de viajar com data de regresso e com as dormidas marcadas é uma treta que condiciona totalmente o conhecer os locais por onde se vai passando, mas que fazer? Talvez esperar pela reforma e por uma auto-caravana…
Ainda não me referi a elas, as descidas, e as maiores ainda estavam para vir, mas a primeira digna desse nome é mesmo a de saída do túnel, são quase 10km sempre a descer até Aragnouet. A partir daqui começam a surgir aqueles nomes que quem gosta de acompanhar as etapas do Tour de France se habituou a ouvir: Saint-Lary-Soulan, Arreau, onde entramos na estrada D918, também chamada de Route des Cols, e a partir daqui começa logo a subida ao Col D’Aspin, 12,1 km e 6,4% de declive, com um valor máximo de 9,5% a cerca de 5 km do cimo, até se atingir os 1490 m. Escusado será dizer que passado o Col, outra descida surge, esta tem 12,8 km com declive médio de 5,1% até  Sainte-Marie-de-Campan. Antes disso, paragem para retemperador almoço, que isto de fazer tanta subida e descida abre o apetite, em Payolle, dans les Marmottes de Payolle.
entrada em França






até cansa só de ver


 
E como por aqui, quando não se está a descer é porque se está a subir, chegados a Sainte-Marie-de-Campan iniciamos a subida do Col du Tourmalet, pelo lado leste, que se prolonga por 17,2 km com um declive médio de 7,4% e com um máximo de 12% até se atingir os 2115 m. Admirado o local ficamos a saber que Octave Lapize foi no longínquo ano de 1910, o primeiro vencedor do prémio da montanha neste local. No local homenageia-se também Jacques Godet, diretor do Tour de France de 1936 a 1987 e Octave Lapize ofegando enquanto se esforça para fazer a escalada.
Apreciado o Col e parte do seu historial, chegou a mãe de todas as descidas…18,3 km a uma inclinação de 7,7% até se chegar a Luz-Saint-Sauveur. Só foi pena termos encontrado umas nativas da terra que se moviam pachorrentamente pelo meio da estrada.
a descer o Col D'aspin, ou a subir para o ciclista

de pequenino se torce o pepino


inicio da subida do Tourmalet





uma bike especial de corrida



a mãe de todas as descidas

Pic du Midi de Bigorre








Chegados a Luz-Saint-Sauveur, e como ainda era bastante cedo, fizemos um desvio da nossa rota e fomos apreciar aquela que é considerada como a maior cascata da         Europa. Trata-se da Cascata de Gavarnie com uns impressionantes 422 metros. Insere-se no Circo de Gavarnie constituído por uma muralha rochosa semicircular com seis quilómetros de perímetro e com cerca de 1 500 m de altura desde o fundo do vale até a alguns dos cumes mais altos dos Pirenéus. Como ficava a uma hora de caminhada de Gavernie…demos bastante zoom e seguimos viagem.













Até Lourdes foi um instante e quando chegamos pensamos: onde é que nos viemos meter? Havia uma peregrinação que por mais que tentássemos saber do que se tratava, nada vimos que nos elucidasse, as pessoas eram aos magotes e a confusão era geral.
Já refrescados fomos dar uma volta pela cidade, jantar, apreciar a procissão e visitar a “gruta” e por hoje estava feito.





 Fica o mapa e o filme do dia: