quarta-feira, outubro 24, 2018

A Serra e as Aldeias 2º dia

Sábado 13 Outubro  Penhas da Saúde - Penhas da Saúde 200 Km


Era quase certo que o dia iria amanhecer com nevoeiro, como tal, até deu para dormir mais do que é costume. Os ares da serra abrem o apetite, o que nos fez aproveitar da melhor maneira o excelente pequeno-almoço que o hotel disponibilizava. Eram 10:30 quando finalmente começamos a andar. Até aos Piornos apanhamos sempre nevoeiro, mas quando começamos a descer para Manteigas, o tempo melhorou significativamente e começou a aparecer o sol.
A primeira paragem foi no Covão d’Ametade, que mais não é do que uma depressão de origem glaciar que foi arborizada com vidoeiros ao longo das margens do rio. Rio este que é o Zêzere que nasce perto da Torre , passa pelo Covão antes de irromper pelo Vale Glaciário e percorrer 248km até desaguar no rio Tejo, em Constância. Tenho visto fotos bem bonitas do Covão, mas neste dia apresentava-se bem sujo, quase seco e abandonado. De volta à estrada encontramos logo de seguida a Fonte Paulo Luís Martins. Trata-se de uma grande cascata de água corrente, gelada e cristalina que termina numa fonte de duas bicas, em granito, com uma pia rectangular sendo conhecida por ter sempre a sua água muito fria, mesmo no verão, e é um dos maiores afluentes do Zêzere. Continuando a descer pelo Vale Glaciar, um pouco antes de Manteigas seguimos por um desvio à direita com indicação Poço do Inferno. Embora já conhecêssemos, fomos lá espreitar e a vontade que deu foi pedir o livro de reclamações ao Presidente da Junta, água nem vê-la, só um ligeiro fiozinho. A coisa não estava a ter um bom início.

o dia amanheceu assim


descida para Manteigas

o Vale Glaciar

Covão d'Ametade

Covão d'Ametade

Covão d'Ametade

Covão d'Ametade

Fonte Paulo Luís Martins

uma reta curvante...

road to hell

a Peninha lá do sítio


e a água?






Voltamos para trás, visitamos as trutas, estas estavam lá todas, tentamos visitar a fábrica do burel, mas estava fechada e seguimos pela E.N 232 para Gouveia. Falhámos a nascente do Mondego, também chamada de Mondeguinho porque ao chegarmos às Penhas Douradas fomos por uma estrada que nem número tem até ao Vale do Rossim, e depois saímos pelo outro lado. O Mondeguinho fica neste pequeno troço da EN. 232 que não fizemos. O Vale do Rossim surpreendeu-nos, aquilo é uma praia na serra, com bar de apoio, restaurante e um parque de campismo, Vale do Rossim Eco Resort, com a particularidade de as tendas serem yurts, tendas de origem mongol, usadas na estepe há centenas de anos. Seguindo viagem, fomos andando para Gouveia, pelo caminho ainda vimos a cabeça do velho, que é bem mais fotogénico vista do lado direito...Em Gouveia fomos almoçar ao Restaurante Lá Em Casa, onde comemos bem.






Manteigas


Penhas Douradas

Vale do Rossim

Vale do Rossim

a cabeça do velho

deste lado é mais fotogénico

tudo queimado...






De Gouveia seguimos para Linhares da Beira, passando por Folgosinho, terra conhecida pelo Restaurante Albertino, mas também por, diz-se, ser a terra de origem de Viriato, líder dos Lusitanos na batalha contra os romanos. Menções, imagens em mosaicos e referências a Viriato são constantes por toda a vila, com representações da sua figura impressas em mosaicos situados em fontes como é o caso da fonte do Gorgulhão, a qual inclui citações dos Lusíadas e a sua homenagem a Viriato. De seguida passamos por Figueiró da Serra e Linhares da Beira, aqui estava vento, muito vento mesmo, ou não fosse Linhares da Beira conhecida como a Catedral do Parapente. Visitamos o castelo e seguimos para Seia pela EN.17, a conhecida Estrada da Beira. Em Seia compramos uns queijos na Queijaria Dona Maria para comparar com os de Peraboa, e começamos a subir para a Torre. Breve paragem no Sabugueiro só para tirar a poeira e para ouvir da senhora do café o inferno que foram os incêndios de 2017, que queimaram praticamente toda a Serra. Desde as Penhas Douradas que quase tudo o que víamos tinha ardido. Voltando à estrada, fizemos a visita da praxe à Barragem Marques da Silva, na Lagoa Comprida e subimos até à Torre.


Folgosinho

Folgosinho

Figueiró da Serra

Figueiró da Serra
Castelo de Linhares da Beira


Linhares da Beira

Linhares da Beira

Linhares da Beira
Seia




Covão do Curral

Barragem Marques da Silva











Daqui foi sempre a descer…. Só paramos na Nossa Senhora da Boa Estrela e no Hotel.

Nossa Senhora da Boa Estrela


Covão de ferro


Lago Viriato






A noite do Leslie

Fomos novamente jantar à Covilhã, carro parado, entramos para o restaurante por volta das 20:30 e estava tudo sossegado, nem vento, nem chuva. Fomos reparando na televisão onde os iluminados da Proteção Civil diziam que a tempestade iria entrar por Lisboa, até as estações do metro iriam ficar abertas e tudo. Por volta das 22:00 apagou-se a luz, voltou rapidamente, mas repetiu-se por mais 3 vezes. Saímos do restaurante por volta das 23:15 e comentamos que já tinha chovido, estava tudo molhado, mas nada de vento. Começamos a subir para as Penhas da Saúde e logo à saída da Covilhã começa a fazer vento e a chover de tal forma que, embora a estrada esteja muito bem marcada, mal se via. Foi bem devagar que fomos subindo e nos fomos desviando de todas as árvores, ramos e autênticos rios de água, lama e pedras que fomos encontrando ao longo do caminho. De repente acalmou tudo e foi debaixo de um nevoeiro bem cerrado que chegamos ao hotel.

Conclusão: se eu fosse um furacão e me chamassem tempestade, ainda por cima com um nome abichanado de Leslie….eu também assoprava.

Fica o mapa e o filme do dia: