quinta-feira, junho 18, 2020

Por Terras da Beira Baixa - Dia 3


Sábado,13 Junho 2020 - Castelo Branco - Almada – 381 km 


Este último dia seria o mais longo em termos de quilómetros, em boa parte porque iríamos evitar as autoestradas, e tinha também previsto visitas a locais que nos entusiasmavam verdadeiramente.Saímos do hotel pelas 9:30 e foi pela EN.18, a antiga estrada que liga Castelo Branco à Guarda que fomos circulando. Passámos Alpedrinha, ainda me lembrava da estrada bem estreita e da igreja, e um pouco mais à frente seguimos pela EM 1070 até Alcongosta. Aqui costuma realizar-se a Festa da Cereja, este ano anulada pelas razões que todos conhecemos. Diga-se que aqui tudo gira em volta das cerejas. É o café cereja, lojas e armazéns de cerejas, e muitas, mesmo muitas cerejeiras, poucas já com frutos, mas são milhares delas a perder de vista. Nos armazéns ainda se procede, e pode-se ver da rua, ao embalamento manual de caixas de cerejas de vários calibres. A nossa ideia passava por comprar aqui umas cerejas, mas uma dica que nos deram na noite passada levou-nos a fazer as compras na Gardunha Agro, sociedade agrícola sediada em Lardosa, onde para além das cerejas se pode também comprar uma diversidade de produtos regionais todos com o mesmo problema: muito bom aspecto, e igual qualidade.


Igreja da Misericórdia - Alpedrinha

a chegar a Alcongosta




o centro da aldeia


estas ficaram para o rabisco










Apreciada Alcongosta, voltámos para trás, e seguimos até Castelo Novo, mais uma das Aldeias Históricas de Portugal. Logo à entrada admirámos a bonita praia fluvial e estacionámos para calcorrear a vila. O nome Castelo Novo deriva do facto de ter sido construído um novo castelo em substituição de um que lá existia, mas que já não possuía os requisitos necessários a nível defensivo.

Castelo Novo é também terra de OVNIS, há quem afirme que é uma das quatro bases de observação na terra.

A Serra da Gardunha tem sido palco de inúmeras aparições de Objectos Voadores Não Identificados, observados por diversas pessoas, centenas de vezes ao longo dos anos.

Américo Duarte, o Guardião da Serra, registou imensas observações de objectos que pareciam usar a Serra como ponto de partida e de chegada para os seus voos. Só no ano de 1980, foram cerca de mil os “objectos” observados.
Os seus relatórios foram famosos em diversos jornais e mesmo depois da sua veracidade ser posta em causa, Américo Duarte manteve a convicção e os seus estudos na área.
A 26 de Junho de 1983, afirmou ter sido abduzido por seres extraterrestres e levado para o que chamou de Cosmódromo, onde pôde ver as suas naves.
















chafariz da bica







Igreja da Misericórdia





"o caminho para a garagem dos ovnis - Cosmódromo"😎😎😎

Almada mais uma vez presente



Como os ovnis não se deixaram ver, voltámos a Castelo Branco, atestámos e seguimos pela EN. 3 até Cerejal, onde nos embrenhámos ainda mais em recônditas estradas, seguindo então a Municipal 545 até Foz do Cobrão. Imediatamente antes de aí chegarmos parámos no Miradouro do Vale do Almourão onde se avistam as Portas do Almourão no Rio Ocreza. Bonita zona esta e que desconhecia em absoluto. Foz do Cobrão é, conforme o nome deixa entender, onde o rio Cobrão desagua no rio Ocreza. Numa das extremidades da aldeia temos a ponte sobre o Ocreza, que liga a Sobral Fernando, esta já no Concelho de Proença a Nova, e no outro extremo temos a bonita Praia Fluvial.



Portas de Almourão

amante da escalada


rio Ocreza em Foz do Cobrão

praia fluvial de Foz do Cobrão

Continuámos por Municipais até ao Castelo do Rei Vamba, singela torre que se encontra por cima das Portas de Rodão e nos permite uma visão bem diferente daquela a que estamos habituados a ver.

A lenda do Rei Vamba

O rei Vamba era visigodo e construiu o seu castelo próximo das Portas de Ródão. Do outro lado do rio Tejo vivia um rei mouro que se apaixonou pela mulher do rei cristão. Construiu um túnel por debaixo do Tejo para visitar a sua amada, mas enganou-se nos cálculos e a saída foi dar a outro lugar, acima do rio, hoje designado Buraca da Moura. A partir daqui a história ganha versões diferentes.

Uns dizem que a rainha fugiu pelo túnel com o rei mouro e que o rei Vamba, disfarçado de mendigo, conseguiu descobri-la e acabou por trazê-la de volta.
Outra versão diz que o rei cristão descobriu a saída do túnel e apercebeu-se de que a sua mulher correspondia ao amor do rei mouro.
No final da história, o amor proibido foi castigado com a rainha a ser lançada por uma das escarpas das Portas de Ródão.
Mas, antes de ser projectada para a morte, a rainha ditou a maldição:

Adeus Ródão, adeus Ródão,
Cercada de muita murta,
E terra de muita puta,
Não terás mulheres honradas,
nem cavalos regalados,
nem padres coroados.


Castelo do Rei Vamba






as Portas de Rodão

os grifos
Monte do Pego

Admirados os muitos grifos que por ali planam, descemos até Portas de Rodão, onde se fez um lanche, não à beira do rio como apetecia, pois os iluminados do restaurante tinham a cozinha fechada…feitios, mas sim no centro da vila.
Cada vez cheirava mais a regresso, fomos passando por Nisa, Ponte de Sor, Montargil, Alcochete e finalmente chegamos a Almada, onde, como sempre, fomos recebidos de braços abertos, desta vez mais ao longe para cumprir com o distanciamento…



os iluminados da cozinha fechada às 3 da tarde de um sábado 

Portas de Rodão de outra perspectiva

Nisa


aquela recepção...



Fica o mapa e o filme do dia: