segunda-feira, março 28, 2022

BP Ultimate Baja TT ACP

 Sábado, 19 de Março de 2022

Este ano estou mais virado para o TT do que para os Ralis. Os motivos são vários:
  • o som dos V8 é qualquer coisa de fenomenal
  • a confusão é infinitamente menor
  • as provas são mais bem perto de casa, não sendo necessário ir para norte do Douro
  • os SSV estão cada vez a andar mais
  • o lote de favoritos à vitória nos Autos é cada vez maior, está para breve a vitória de um Brasileiro, digo eu
  • e acima de tudo porque não tenho mesmo paciência para a situação que o cartoon abaixo mostra, e que infelizmente prolifera nos Ralis.

Pela negativa registo que os Clubes organizadores, tal como nos Ralis, na impossibilidade de arranjar patrocínios suficientes em empresas, se socorrem dos apoios das Autarquias, tendo que ceder às exigências destas, o que geralmente se manifesta na obrigação de as provas se desenrolarem em dois dias, de modo a promover a hotelaria local. Como os km de prova são demais para dois dias, criam-se horários sem grande sentido, e que na maioria dos casos, podem promover a hotelaria, mas prejudicam a restauração.  

Desabafos feitos, passemos ao relato.

Saída de casa às 8 da manhã, A2 até ao nó 9 para o IP8 e A26 até ao nó 3 para Relvas Verdes, onde se desenrolava o Prólogo. Como as motas começavam muito cedo, não fosse não dar tempo 😎 fomos ver os automóveis com hora de início às 09:30.






Chegados a Relvas Verdes, salientamos a simpatia do Gnr que estava no local, que ao ver-nos estacionar ainda longe, prontamente nos indicou o caminho para o parque preparado pela Organização e que quase permitia ver de dentro do carro. 
Aqui foi ver até apetecer, e de seguida rumámos a Sines, mais propriamente ao Bairro Novo da Provença Velha, nome engraçado este, que ficava bem perto da partida, para vermos as motas e os Ssv's.
Por ali não estava quase ninguém e foi na conversa com os manos Luz, de Odemira que estavam de serviço naquele local que  fomos vendo, mais uma vez até nos apetecer.


Acabámos por decidir ver também ali a nossa programada primeira passagem dos automóveis, e como tal, fomos almoçar a ver o mar, que ficava somente a 4 km.


Já mais compostos voltámos atrás e disfrutámos do som dos V8 a fundo numa reta bem grande.


A  ligação para o próximo local era de +- 20 km, pelo que vimos uns quantos e fomos embora para perto do Centro de formação de Santiago do Cacém, onde os concorrentes atravessavam o alcatrão e seguiam por um aceiro de areia solta.


Ainda dava tempo para ir ver a mais um local, pelo que seguimos para o local onde se realizou o Prólogo na edição de 2020 e ficámos mais uma vez a ver até nos apetecer.


E pronto estava passado mais um ótimo dia, foi altura de regressar a casa  e de, conforme é hábito ser recebido de braços abertos.


Fica o filme do dia:




quinta-feira, março 24, 2022

Antes e Depois - Pec. 8

 Domingo, 27 de Fevereiro de 2022

A bicicleta do Colcurinho, os Penedos Altos,  o Piódão,  e o regresso a casa

Depois de uma noite bem dormida, e de um bom pequeno almoço, foi com alguma tristeza que percebemos que o nevoeiro estava presente. Felizmente foi desaparecendo rapidamente, e em Coja já se via o sol.


Para o dia de hoje tínhamos como objectivos, descobrir o local do acidente de Augusto Magalhães em 1998 no decorrer do Rali Cidade de Oliveira do Hospital e por mim presenciado in loco, fazer um Antes e Depois nos Penedos Altos, visitar o Piódão, e acima de tudo disfrutar da paisagem e passear.
Até à Ponte das Três Entradas seguimos pelas EN.342 e 230, e aí continuámos pela EM. 508.

A Ponte das Três Entradas

Passámos por Aldeia das Dez, Senhora das Preces e seguimos para o Monte do Colcurinho.


A estrada era estreita, mas a vista era deslumbrante.


Chegados lá ao alto,1232m, demos algumas voltas à procura do local, mas já passaram 24 anos, há estradas alcatroadas que na altura eram em terra, e principalmente a memória já não é o que era, pelo que não demos com a coisa, mas " pelo cheiro" sinto que estivemos bem perto. Era este o local que procurávamos.


Já que por ali andávamos fomos visitar o  Monte do Colcurinho e a sua Bicicleta.



Atente-se no silêncio do local.


Já na descida percebemos que não éramos os únicos malucos que por ali andavam.


Mais abaixo fomos procurar o local em mais umas estradas de terra mas voltámos a não ser bem sucedidos.


Voltámos à EM.508 e seguimos até onde o troço do Piódão de alcatrão de 1993 saía da EM.508 para a EM. 508-1, onde registámos mais dois Antes e Depois.

Carlos Sainz / Luis Moya em 1994

Armin Schwarz / Nicky Grist em 1993


Apreciados os Penedos Altos, nome deste local, fomos descendo até ao Piódão, onde demos uma voltinha pela aldeia e bebemos um café.





Voltámos à EM.508  e tomámos o rumo de Coja, local de almoço de hoje, antes porém voltámos à Selada das Eiras para tirar mais uma foto, já que a de ontem não ficou boa.

adoro estes cruzamentos cheios de placas



Tirada a foto em falta, voltámos à Casa do PPD, EM.508 e EN.344 até Coja. Quando passámos por Cerdeira lembrámo-nos que era Carnaval.


Almoçámos bem no Príncipe do Alva, onde curiosamente, ou talvez não, encontrámos o Sr. António Mário que nos tinha arranjado o pneu ontem à noite, e que nos recomendou este restaurante.


E pronto, aproximava-se do fim este " rali com 8 Pecs " que foi bem agradável e que nos permitiu recordar alguns locais onde não íamos desde 2001 e outros desde 2016.
De Coja a casa não tem história e depois de 763Km, quando chegámos, fomos recebidos como de costume...de braços abertos.


Fica o filme do dia:






segunda-feira, março 21, 2022

Antes e Depois - Pec. 7

Sábado, 26 de Fevereiro de 2022
O troço de Arganil versão 2021

Ia começar este texto dizendo que me custa a entender porque se deixa de fora a região de Arganil ao fazer o calendário do Nacional de Ralis. Refiro-me a um rali de terra, mas se a opção for asfalto, também há estradas à altura. Mas pensando melhor acho que entendo perfeitamente. É triste o caminho que os ralis vão tomando em Portugal.

Deste troço só conhecia a zona do PPD e os saltos antes do salto grande do nosso Antes e Depois. Fiquei maravilhado com o resto... isto é rali.

Sobre Arganil disse um dia o "almadense nascido em Celavisa" Carlos Bica:

-Os de Fafe gostam muito de dizer que a ‘catedral’ é lá, mas, nos ralis, a ‘catedral’ de Portugal é Arganil e sempre o foi, desde o tempo do Londres – México.

Contudo, não foi de um dia para o outro que Arganil ganhou a sua mística. Desde o seu início, em 1967, que conta com feitos dignos da história dos ralis.

No ano de estreia da etapa, Jean Pierre Nicolas (Renault 8 Gordini) vence.

Em 1968, nada menos que 44 equipas desistiram na ligação Góis-Arganil.

Um ano mais tarde, em 1969, o inglês Tony Fall destaca-se “misteriosamente”. Uma das muitas histórias da prova.

Em 1977, a Câmara Municipal de Arganil passou a oferecer um prémio monetário ao piloto português que fizesse o melhor tempo no cômputo das duas passagens. Giovanni Salvi, em Ford, foi o piloto contemplado.

Já 1979 foi o ano em que mais quilómetros se percorreram nos caminhos de Arganil. A juntar à tradicional versão de 43Km, correu-se neste ano outra versão, Fajão-Arganil, com 45,5Km, terminando também perto de Folques.

A título de curiosidade refira-se que alguns dos maiores engarrafamentos de trânsito de espetadores na história do Mundial de Ralis se registaram em Arganil.

Para este nosso Antes e Depois percorremos a versão usada em 2021 que tem algumas alterações com as anteriores.
Em 2019 a especial tinha 14,44 Km e agora passou a ter 18,82 Km, numa estrada completamente nova para ralis, que em determinados pontos teve de levar rails, tal é o ‘buraco’ do lado do co-piloto.
A nova zona começa um pouco abaixo do Posto de Vigia (onde os concorrentes não vão, mas passam perto) e termina já na descida para o Sardal, entroncando novamente na estrada já usada em 2019. O início é o mesmo, as diferenças começam a seguir aos saltos. Aí, já não viram para a direita para baixo seguindo em frente para o Posto de Vigia.
O troço inicia-se ainda no asfalto da EM.508, entrando logo de seguida em terra junto à casa do PPD. Como vínhamos do Enxudro começámos ligeiramente à frente.
Passada a zona dos topos chegámos ao local escolhido para o nosso Antes e Depois. Estava de chuva e a vontade de ir procurar o ângulo certo não era nenhuma.
Elfyn Evans / Martin Scott em 2021 e a nossa foto em 2022
Nesta foto pode-se observar a laje bem característica desde sempre dos troços desta região, embora agora a estrada apresente um piso acessível a qualquer veículo.
A seguinte mostra o gancho para Deguimbra.

O troço é pela direita; em frente é para o baloiço da Carriça

O final do troço é poucos metros antes desta placa.

Daqui seguimos para Folques, mas antes passámos por mais um sítio bem conhecido e lá tivemos de fazer mais um Antes e Depois.



Faltava só tentar arranjar um pneu, pois Arganil fez das suas, e a coisa não se afigurava fácil a um sábado ao final da tarde, mas fomos abençoados, e mesmo com a oficina fechada o Sr. António Mário prontificou-se a vir resolver o problema e assim ficámos bem mais descansados.
Problema resolvido, foi altura de beber umas imperiais a ver os Campeões a jogar, e ir jantar.
Ficámos hospedados no Hotel de Arganil, local também ele mítico, e que conta nas suas paredes pedaços de história do Rali de Portugal por terras de Arganil.





Para terminar, fica o mapa e o filme :