segunda-feira, setembro 06, 2021

Porto, Galiza e Arouca Dia 9

 09-08-2021


Arouca - Queluz 311 km

Isto de escrever a crónica do ultimo dia, não é das coisas de que mais gosto. É o fim de festa, o regresso a casa, e pouco há para dizer. De qualquer modo, vou fazer um resumo resumido, passe a redundância.

Saímos da Quinta de Novais pelas 10:30, e na rotunda onde se encontra a  EN. 326,reparámos num monumento em que ainda não tínhamos reparado. Trata-se do Memorial de Santo António, monumento funerário edificado no Séc. XIII.

Diz a lenda que este monumento , de formas elegantes e relativamente enigmáticas, estará associado à passagem da urna com o corpo da Rainha Santa Mafalda. Embora não seja unânime, o memorial é uma construção que surge com frequência, na região norte, junto às antigas estradas principais.




Sempre por estradas Nacionais, seguimos até Oliveira de Azeméis, onde começámos a circular no IC2 / EN.1

Sempre que por aqui passamos nestas datas, encontramos peregrinos que se dirigem a Fátima. Desta vez não foi diferente.





Ao entrarmos na Mealhada notou-se de imediato o cheirinho a leitão assado, e também nós fomos degustar esta iguaria.






Terminado o almoço seguimos pela AE.1 e só parámos em casa.


o alto de Montejunto

o Tejo em tarde de maré cheia


a casa dos campeões

E pronto, 9 dias e 2215 Km depois terminámos esta nossa volta entre o Porto, Galiza e Arouca.

Fica o filme do dia:



 

sexta-feira, setembro 03, 2021

Porto, Galiza e Arouca Dia 8

08-08-2021
Arouca - Arouca 134 km

Hoje foi um dia empolgante, pelo menos para alguns…como quem diz, para o escriba. Já quanto à fotógrafa, serras, precipícios e afins não fazem parte das suas preferências, causando-lhe até alguns calafrios. Mas um pequeno sacrifício esporadicamente, só faz bem 😜 . Confesso que não imaginava os sítios por onde andámos.

Começo esta crónica deixando uma crítica à C.M. de Arouca. Atempadamente tentei efectuar a compra de 2 bilhetes para a ponte 516. Havia vagas para a data por mim pretendida, tudo funcionou no site, à excepção da quadrícula para inserir o NIF. Estranhei, mas como a página tinha uma caixa para contactos, preenchi, e fiquei a aguardar resposta. Na verdade, ainda hoje estou a aguardar resposta. Passados dois dias, telefonei, e após algumas tentativas e longas esperas, lá consegui chegar à fala com uma funcionária, que alegremente me disse que eu não conseguia introduzir o NIF, porque tinha usado os algarismos das teclas do lado direito do teclado, e o site só aceita os algarismos das teclas da linha horizontal por cima das letras… esta vida é uma aprendizagem contínua 😜. O pior disto tudo foi que nessa altura já não havia bilhetes para o dia por nós pretendido. Apeteceu-me disparatar, mas a custo lá me contive. Adiante…

Mesmo sem bilhetes começámos o dia pela visita à Ponte. Depois de algumas leituras, percebi que para quem não faz os Passadiços e quer  andar pouco a pé para lá chegar, a melhor maneira consistia em estacionar o carro no parque junto à Igreja de Alvarenga, e foi isso que fizemos.
Saímos de Arouca pela R326-1 para Alvarenga e perto da Ponte de Alvarenga vimo-la pela primeira vez.




















Mais à frente tivemos então perfeita noção do tamanho da “coisa”. Ao que consta eleva-se 175 metros acima do Rio Paiva, e tem, conforme o nome indica, 516 metros de comprimento. Este comprimento faz dela a segunda ponte pedonal suspensa mais longa do mundo com 516 m de extensão, depois da ponte suspensa Baglung Parbat (576 m) no Nepal. A ponte abriu em 29 de abril de 2021 a residentes do concelho e em 3 de maio de 2021 ao público em geral.













Estacionámos onde pretendíamos e fomos por um caminho todo engraçado, e maioritariamente a descer até à 516.

























Bastante chateados pela incompetência que nos privou de a percorrer, nada mais nos restou do que a foto para mais tarde recordar.







































Recordámos o ditado popular das tristezas e das dívidas e começámos o caminho de volta ao carro, sendo que para comemorar a chegada ao carro, até os sinos dobraram.

as fotos ainda não têm som, mas no filme ouve-se





















O próximo objectivo era ir almoçar ao Regoufe. Embora fossem só 30Km, o Maps dizia-nos que se demorava 58 minutos. Não contabilizei o tempo, mas…58 minutos pareceu-me optimista, andámos por estradas e locais fabulosos, mas que não lembram ao diabo.




Praia Fluvial de Meitriz








































Finalmente vimos isto:






















Já que o restaurante xpto da terra não tinha mesa disponível, optámos mesmo pelo “very tipical” , o bitoque (era o que havia) estava comestível, mas o presunto… era como a estrada: de outro mundo.


Da nossa mesa tínhamos vista para uma encosta com um trilho, onde íamos vendo muitas pessoas a caminhar em ambos os sentidos. Rapidamente ficámos a saber que era o trilho para a abandonada aldeia de Drave. Drave é uma aldeia desabitada numa cova entre as Serra da Freita, Serra de São Macário e Serra da Arada, e fechou portas em 2000, embora seja visitada  por milhares de pessoas todos os anos e estando até a ser reconstruída pelos escuteiros.










































Curioso também o aproveitamento agrícola dos poucos campos aráveis.






















Saímos do Regoufe pela estrada das antigas minas. Complexo desactivado actualmente, viveu tempos áureos por alturas da Segunda Guerra, tendo a particularidade de o seu volfrâmio ter sido explorado quer por ingleses, quer por alemães, isto claro, com o beneplácito de Salazar.

















Daqui seguimos para um local ao qual se chega por uma estrada  que faz jus ao nome do local: Portal do Inferno e Garra. Trata-se de um local de passagem estreita no planalto da Arada que se ergue entre dois vales escarpados no xisto e que drenam em sentidos opostos. Virados para noroeste, o vale de Covas do Monte fica à direita e o vale de Drave à esquerda, oferecendo vistas vertiginosas de incomparável beleza que alcançam desníveis superiores a 400 metros.









































Seis km mais à frente fomos andar de baloiço. Trata-se de um dos agora famosos baloiços que as Câmaras Municipais colocam em sítios com boas paisagens. Neste abria-se á sua frente uma paisagem daquelas de encher o olho, como se costuma dizer. Trata-se do Baloiço de São Macário. Já que estávamos por aqui aproveitámos também para visitar o Santuário de S. Macário, ou melhor, parte dele, pois por desconhecimento nosso, só visitámos a Capela de cima, tendo deixado escapar a Capela de baixo.


























O próximo alvo da nossa curiosidade era A Panorâmica do Detrelo da Malhada. Miradouro com uma vista de 180º, junto a um posto de vigia, tem a particularidade de daí se poder avistar o Oceano Atlântico e a Serra da Estrela. 





Manhouce - serviu de inspiração para parte da banda sonora do filme do dia











































veja se descobre um dos pilares da 516








































para ser vigilante aqui é necessário ter um Clio vermelho 😎





















Pedras, foi o que fomos ver a seguir, primeiro as Pedras Broas, e de seguida as Pedras Parideiras.
As Pedras Broas do Junqueiro são o resultado da erosão diferencial que o granito sofreu e que pôs em evidência a sua estrutura base. À vista desarmada, lembra a superfície de uma broa de milho, pelo que a rocha foi assim batizada.























Quanto às Pedras Parideiras, trata-se de um fenómeno único no mundo, e que se estende por uma área de somente 1km2 .  O seu nome deve-se aos pequenos nódulos que se desincrustam da rocha mãe, deixando nesta uma camada externa em baixo relevo.























Para finalizar o dia, e já a caminho de Arouca, fomos passar pela Mizarela e conhecer a Frecha. Apesar da grande afluência de gente e carros, conseguimos estacionar e foi na companhia de uma fresquinha que apreciámos a queda de água. Se em Agosto corre assim, imagino como será no Inverno.
É alimentada pelas águas do rio Caima e apresenta uma altura que ronda os 75 metros, sendo desta forma uma das cascatas mais altas de Portugal.
























E assim demos por concluído este périplo pelas serras da Freita, da Arada e de São Macário.
Ficam o mapa e o filme do dia que recomendo vivamente: