quinta-feira, setembro 22, 2011

A minha primeira vez em Marrocos – Zagora - Lago Iriki

Sexta -feira 11-06-2010

Foi com redobrada ansiedade que nos levantámos hoje, é que hoje o programa prometia mesmo. Iríamos ligar Zagora ao Lago Iriki, e tirando os primeiros 40 Kms iríamos seguir pela pista do SS9. Pelo caminho iam ficando os médicos e demais intervenientes para a etapa do dia seguinte. Nós iríamos até ao Lago, local de montagem do CP 2 do dia seguinte. Saímos do hotel e começámos por ouvir umas histórias do Tony Speed.
Tony Speed a contar estórias
Tudo pronto e  seguimos viagem. Saímos de Zagora pela N 12 para Foum-Zguid, e embora a N12 no mapa seja muito bonita, passado meia dúzia de Kms, acaba o alcatrão, e embora com bom piso, é em terra que circulamos.
N 12
N 12
N 12
Fomos seguindo até 30° 8.081'N 6° 12.323’W, onde saímos da N12 e entrámos no Road book do SS9 ao km 40,31.
A entrada na pista
Até chegarmos aqui o Marcão teve um furo no seu Pathfinder, pelo que regressou a Zagora, os restantes começaram a subir, e a deslumbrarem-se com a vista.
Começámos a encontrar camelos, miúdos com carroças, e nas horas de maior calor víamos o que os miúdos faziam…desengatavam o burro da carroça, o burro ficava de cabeça baixa, parecia que estava a pastar, mas não estava mesmo, só  havia ali pedras, e os miúdos aproveitavam a sombra debaixo da carroça. Vimos umas quantas cenas destas. Todos eles quando nos viam, aproximavam-se de nós e pediam “stylos”. Impressionante que nenhum pedia dinheiro, para que queriam eles as canetas???
Esta camioneta ia largando mantimentos em diversos cruzamentos
A progressão era lenta e entretanto estava na hora de almoço, e foi junto a uma escola e a uma mesquita que parámos. Não se via ninguém, e perguntámo-nos para que era a escola e a mesquita. A resposta chegou rapidamente. O sino da mesquita começou a tocar e um homem aparece á porta, munido de um megafone e começa a entoar uns cânticos. Começam a aparecer algumas pessoas. Reparámos depois que havia um pequeno oásis mesmo por trás da escola.

Não fomos á missa mas aproveitámos para inovar na refeição. Hoje não foi feijão-frade com atum, mas sim atum com feijão-frade. Como de costume soube muito bem.

O calor apertava, e rapidamente seguimos.


Cada vez o terreno ia ficando mais agreste e começámos a entrar na areia.

Até que chegámos ao local onde iria ser o CP1 29° 57.866'N 5° 44.472’W. Aqui estava agreste mesmo, tinha começado o vento e estávamos prestes a entender o que era mesmo uma tempestade de areia. Despedimo-nos do pessoal que ia ficar por aqui e já só estávamos 3 jipes que iam até ao Iriki, o nosso, o do Calhau e um dos Mikes (médicos).
Este pessoal que ficou no CP1 nem as tendas conseguiram montar, tal não era a ventania. Não lhes gabo a sorte, ficar dentro dos carros umas hora á espera que o vento acalmasse, não era mesmo coisa boa.

CP1 29° 57.866'N 5° 44.472’W
Faltavam ainda 88 Kms até ao nosso destino, mas a coisa prometia. A visão era curta, o vento e a areia no ar muita, de vidro aberto não dava para andar, de vidro fechado fazia calor. Pelo caminho ainda encontrámos alguém.





Até que começaram os atascanços, foi a seguir á nota do poço e da árvore 29º50.980 N 06º02.571 W. Toca a tirar pressão aos pneus e fomos poupados, do mesmo não se podem gabar os nossos companheiros.





Para ajudar á festa não atinámos com a saída certa de um oued, mais uns atascanços e o moral a descer rapidamente.
Depois de alguma indefinição, lá fizemos uma breve conferencia e decidimos ir só um carro descobrir onde era o próximo ponto e a melhor maneira de lá chegar. Como o nosso maquinão estava um autentico “papa dunas” fomos nós ver onde era o ponto.

Depois de umas voltas, lá demos com a coisa, voltamos para trás e todos juntos seguimos viagem.


A visão continuava bastante má, e foi mesmo á conta do GPS que íamos progredindo. Os Kms iam passando, já estávamos a circular no lago, mas do albergue…nem sinal.

- Faltam 2 kms, onde é o raio do albergue?
Esta conversa foi-se repetindo até faltarem 400 metros, aí finalmente vimos o albergue
E foi neste estado que lá chegámos, curiosamente daí a pouco parou o vento e pudemos usufruir da bela esplanada em pleno Lago Iriki 29º55 745N 06º25.685 W
Lago Iriki 29º55 745N 06º25.685 W
Lago Iriki 29º55 745N 06º25.685 W

Lago Iriki 29º55 745N 06º25.685 W

Depois de tirada alguma da poeira foi tempo de negociar o jantar, dormida e pequeno-almoço para 9 pessoas. Não foi com chá, mas sim com Fanta e Coca-cola bem fresquinhas. Curiosa a ideia que têm por aqui de um frigorifico…era mesmo um latão grande de plástico com água dentro, onde se mergulhavam as garrafas, e por fora forrado a serapilheira que se ia mantendo molhada. Como tal, o fresquinhas é exagero mesmo. Antes disso, eu e o António tínhamos tido um momento muito triste… dividimos religiosamente a ultima mini pelos dois. Falha grave do departamento de logística a requerer melhorias para a próxima.

Enquanto esperávamos pelo jantar foi altura de conhecer o albergue e descansar na esplanada.





Finalmente veio o jantar, uma tajine para desenjoar, e mais meia de conversa e começou tudo a ficar sem pilhas.
Faltava ainda uma surpresa, depois de todos nos estarmos a preparar para ir buscar os sacos cama para dormir, eis que começam a aparecer colchões, almofadas e lençóis, foi o fim de noite perfeito. Foi aqui que se montou a camarata.


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