sexta-feira, setembro 23, 2011

A minha primeira vez em Marrocos - Lago Iriki - Marrakech

Sábado 12-06-2010

Programa para hoje: montar o CP 2 no Lago Iriki e depois rumar a Marrakech. Coisa para 400 Kms, dos quais 70 em pista até Foum-Zguid, depois era “só” atravessar o Atlas, e estava feito.
O primeiro a acordar foi o António e aproveitou para fazer um “auto-retrato”


Os restantes acordaram com o som de um helicóptero, era o Orlando que não sabia de nós, e vinha ver se tínhamos conseguido cá chegar.


Isto de acordar nesta imensidão…é obra, e todos ficamos maravilhados com este sítio verdadeiramente espectacular.
Começamos por tomar o pequeno-almoço, daí a pouco chegaram os companheiros que vinham montar o reabastecimento, e fomos também nós começar a montar o controlo.


O pessoal do reabastecimento


Tudo pronto, foi a espera do costume, devemos ter sempre tudo pronto uma hora antes da hora previsto para o primeiro concorrente.
Mais um pouco e chegam mais dois helicópteros, um era dos mikes e o outro..nem sei de quem era.



Com toda esta animação e barulho, o burro da casa, assusta-se e começa a fugir por aquela imensidão fora, e lá vai o mais novo dos nossos anfitriões a correr atrás do burro.
Foi altura do Calhau fazer a boa acção do dia, mete-se no jipe e vai apanhar o miúdo e mais tarde apanham também o burro. O mais engraçado é que daí a um bocado volta o Calhau sozinho e diz:
- Agora vou levar a carroça
Foi entre risada e bocas que atrelámos a carroça ao jipe, e lá foi o Calhau acabar a boa acção.

O apanha burros



Estávamos nós a olhar a ver se vinha algum, e eis que aparecem dois jipes só com condutor, param um pouco afastados e ficam á espera não sei de quê ou de quem.
Durou pouco para sabermos quem eles esperavam. Começamos a ouvir um avião e eis que ele surge a fazer passagens a baixa altitude sobre nós. Á terceira passagem, baixa mais um pouco e aterra junto aos helicópteros e aos jipes. Saem de lá uns turistas, metem-se nos jipes que tinham aparecido e foram embora. Era um pacote de um hotel de Marrakech que incluía um dia no deserto…











Finalmente começam a aparecer os concorrentes, toca a controlá-los, fazer parar as motos 15 minutos para reabastecer e os pilotos se alimentarem, e carimbar os carros e fazê-los seguir sem perda de tempo.










Começa a aproximar-se a hora de fecho do controle e os companheiros de viagem começam a ir embora, ficámos nós, os mikes e o pessoal do reabastecimento já estavam também a arrumar as coisas para irem embora.


Quando tudo acabou, restávamos nós, os mikes e o avião que por ali ficou estacionado á espera que os turistas voltassem


Começamos a ver os mikes preocupados com o caminho a seguir para sair dali, estavam com pouco gasóleo e até ao fim da pista ainda eram 95 Kms. Entretanto o António tinha estado na conversa com dois franceses que andavam a conhecer Marrocos, cada um no seu HDJ100, com grandes depósitos de gasóleo, e estes tinham-lhe dito que ali mais á frente havia uma pista secundária, que embora com bastante pedra e uns oueds bem fundos e inclinados, mas que era o mais curto trajecto para Foum-Zguid, e claro…foi mesmo por aí que fomos. Entrámos na tal pista, metemos as coordenadas de Foum-Zguid no GPS, aquilo fazia sentido e lá fomos nós com os mikes atrás. Realmente aquilo era mesmo só pedra, não dava para ir muito devagar, ainda era pior, e depois de arranjar aquele ritmo certo, foi sempre a andar.

Os oueds, dois, eram mesmo inclinados, e os ângulos de ataque e saída do maquinão não eram os melhores para aquelas trialeiras, mas com jeitinho e uns raspanços no chão lá passamos. Finalmente chegamos a Foum-Zguid, fomos atestar e encher os pneus, mas a pressão do compressor da bomba não passava dos 3 bar, bem estava quase bom, e era o que se podia arranjar, e com isto tudo, começamos a rumar a Marrakech. Ainda eram 325 Kms e tínhamos de atravessar o Atlas, mas já nos estávamos a ver na Praça Jemaa El Fna .

Os mikes estavam numa de ir a curtir a paisagem, pelo que nos despedimos, apanhamos o nosso ritmo e foi sempre a andar até Marrakech. Passámos por Lamhamid, Foum El Oued, Taznakt, Anzel, e chegamos a Marrakech. Foi bem interessante ver o Atlas, todas aquelas povoações á beira da estrada, mas aquilo era bem diferente do que de onde tínhamos vindo, muito mais virado para os turistas, mas engraçado, não nos esquecemos mesmo dos borregos mortos e pendurados á beira da estrada, uns cobertos com um pano, outros não, e de onde iam cortando as peças (mão, perna, etc.) que os clientes iam pedindo.

Foum-Zguid


Atlas

Atlas

Atlas

Atlas

Assim que entramos na cidade, assustamo-nos um bocado com o trânsito caótico, e encontramos o pessoal, andava tudo às voltas á procura do Hotel Atlas Asni.
Hotel encontrado, check-in feito, foi tempo de sair, desta vez fomos de táxi, e irmos ver a tal praça de que todos falavam.

Praça Jemaa El Fna .
Praça Jemaa El Fna .
A praça era mesmo o que tínhamos ouvido falar, animação constante, e desde encantadores de serpentes, magia negra, jogos de azar, há lá de tudo. Decidimos jantar numa das imensas barracas, quer dizer…restaurantes que todos os dias são montados e desmontados. Comemos bem, e fomos vendo que aquilo era só turistas das mais variadas nacionalidades. Provamos os caracóis, os espectaculares sumos de laranja, bebemos gengibre, enfim provamos um pouco de tudo. Acabamos com um café e uma cigarrilha num café num dos extremos da praça. Fomos dar mais uma volta no meio daquela gente toda, e foi aqui que fomos abordados por uma jovem que á força nos queria fazer uma pintura ou uma tatuagem, e mais á frente por um “puto” a pedir dinheiro. Bem chato este puto que andou mais de meia hora atrás de nós, e bem diferente de todos aqueles que tínhamos visto no meio do nada e que só queriam stylos.

Regressámos ao hotel, primeiro a pé, mas como não tínhamos levado o GPS…vimo-nos obrigados a ir de táxi. Não estava nada fácil descobrir qual era o azimute do hotel…
No quarto ligamos a TV e estava a dar boxe em directo da Praça Jemaa El Fna, e foi assim que adormecemos.

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