domingo, setembro 08, 2019

Normandia 2019 dia 7

quarta-feira, 7-08-2019 Poitiers - Bordéus 335Km


Comparativamente aos dias anteriores, poderíamos dizer que o programa para hoje era curto. A primeira paragem seria em Oradour-sur-Glane, a 100km de distância. Até lá chegar fomos circulando por bonitas estradas em ambiente rural. 



Rapidamente chegámos a Orador-sur-Glane, estacionámos, e embora já tivéssemos visto algumas fotos e lido alguma coisa sobre o que ali se tinha passado, não contávamos que aquilo fosse tão pesado. Eis a História:

Oradour-sur-Glane tornou-se famosa por ter sido o local de um dos maiores massacres cometidos pelos soldados nazis da Waffen-SS durante a Segunda Guerra Mundial. Dias após o desembarque das tropas aliadas na Normandia em 6 de Junho de 1944, no que ficou conhecido como Dia D, tropas alemãs estacionadas na França dirigiram-se aos locais de desembarque para travar combate com as forças aliadas. Uma delas, a 2ª Divisão Panzer SS Das Reich, da Waffen-SS, atravessava boa parte do país em direcção à costa, tendo sido diversas vezes fustigada no caminho por sabotagens e acções da resistência francesa, os maquis.

Em 10 de Junho de 1944, nas proximidades da vila de Oradour-sur-Glane, o comandante de um dos batalhões alemães, Adolf Diekmann, comunicou aos seus oficiais subordinados que havia sido avisado por dois civis franceses da região, que um oficial SS havia sido preso por guerrilheiros na cidade e seria executado e queimado publicamente nos próximos dias. No princípio da tarde, os pelotões da SS cercaram e fecharam a pequena cidade de Oradour e o comando convocou toda a população para a praça principal a fim de fazer uma verificação de documentos. Homens e mulheres foram separados, os homens foram levados para celeiros e garagens e as mulheres e crianças fechadas na igreja da vila.

Dentro desta igreja, agora em ruínas, mas conservada exactamente como era à época, 245 mulheres e 207 crianças foram queimadas vivas pelas tropas das SS. As sobreviventes que tentavam escapar pelas janelas foram metralhadas por soldados colocados do lado de fora. Apenas uma mulher, Marguerite Rouffanche, conseguiu escapar, saltando por uma janela. Após a imolação, a tropa queimou toda a cidade. No total, 642 habitantes de Oradour foram mortos pelas Waffen-SS em algumas horas, de um total de pouco mais de mil habitantes. Nos celeiros e garagens, os 190 homens eram esperados por metralhadoras montadas em tripés, todos foram fuzilados e os celeiros queimados com os seus corpos dentro. Dos 195 homens de Oradour presos, apenas cinco escaparam. 

A barbárie causou uma onda de protestos dentro das próprias forças alemãs. O comando da divisão considerou que o comandante Diekman havia extrapolado em muito as suas ordens. Diekman não chegou a ser julgado, morrendo em combate pouco dias depois do massacre, juntamente com a maior parte dos soldados que destruíram Oradour-sur-Glane.
Após a guerra, o Presidente De Gaulle decidiu que a cidade não seria reconstruída, permanecendo as suas ruínas como um memorial à crueldade da ocupação nazi. Em 1999 Jacques Chirac ergueu um centro da memória em Oradour, e nomeou oficialmente a vila como 'cidade-mártir'. Actualmente, na igreja da nova aldeia de Oradour-sur-Glane é realizada, todos os anos, uma cerimónia no dia 10 de Junho que inclui, entre outras actividades, uma visita às ruínas da velha aldeia. Se quiser ler esta História de outro ponto de vista, vá a este site

Oradour-sur-Glane era assim




é por aqui que agora se entra na cidade mártir





fotos de quase todos os que morreram














a igreja





Foi a pensar e a conversar sobre o que tínhamos acabado de ver que fomos andando até Angoulême, cidade atravessada pelo rio Charente, e por nós eleita para o almoço de hoje.

Angoulême é chamada de "Ville de l'Image", que significa literalmente "Cidade da Imagem". Em 1974, realizou-se o primeiro Festival Internacional de Quadradinhos em Angoulême. Em 1984 foi criado o Centro Nacional de Quadradinhos e Imagem. O Museu da Banda Desenhada surgiu em 1991, tendo sido reformulado em 2009 e mudado de local para junto do Centro Nacional de Quadradinhos e Imagem. Em 2003, a rua pedonal de Angoulême é renomeada como rua Hergé, e nessa ocasião, o busto do criador de TimTim da autoria do seu amigo Tchang-Tchong-Jen é instalado na mesma rua, no centro da cidade.  Angoulême abriga 40 estúdios de animação e videojogos que produzem metade da produção de animação de França. 











Mas Angoulême tem mais do que só banda desenhada, ainda demos uma espreitadela à Câmara Municipal, por ali chamada de Hôtel de ville e à Catedral.








De Angoulême estava feito, vá de seguir viagem e entrar noutro mundo...as vinhas, as inúmeras adegas, todas chamadas de château qualquer coisa, o mais conhecido é mesmo o Château Lafite Rothschild, enfim estávamos no reino de Baco.







Até que chegámos a Libourne, registámos a sua Tour du grand port e de seguida demos com uma coisa curiosa. Tratava-se de uma exposição de Nadège Prugnard, em que esta homenageia exilados que conheceu, colocando uma série de sapatos cheios de terra , cada um contendo mensagens curtas: "Sou o local de execução", "Precisamos parar o Daesh no Sudão", "Sem imagem, não sou um animal Estou me preparando ... o efeito era surprendente e não deixava ninguém indiferente







Vá de seguir viagem, mais umas vinhas e chegámos a Bordéus.Mais um dia terminado.







Por hoje estava feito, fica o mapa e o filme do dia:






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