terça-feira, agosto 18, 2020

Entre Douro e Minho - dia 3

Sábado, 1 de Agosto 2020 P. de Lima - P. de Lima  187 km


Hoje foi o último dia por estas paragens, e ainda nos faltava ver um monte de coisas, vai  daí, levantámos-nos à hora do costume e às 09 da matina demos início às "hostilidades".
O primeiro destino do dia foi Viana do Castelo, para isso saímos de Ponte de Lima pela EN.202, e lá mais à frente atravessámos o Rio Lima para a sua margem esquerda para entrarmos em Viana pela EN.13 e pela travessia da ponte Eiffel. Esta ponte possui um comprimento total de cerca de 645 metros, sendo considerada, pelas suas dimensões, como uma obra monumental. É composta por dois tabuleiros metálicos, sendo o superior rodoviário e o inferior ferroviário, que têm uma extensão de 562 metros, e estão divididos em 10 troços contínuos de vigas rectas. Foi inaugurada em 1 de Julho de 1878.

ponte / viaduto sobre o Rio Lima


a chegar a Viana

a Ponte Eiffel
Chegados a Viana foi altura de estacionar o carro e passear pela zona histórica da cidade.

estação dos comboios com estátua alusiva à dança tradicional

Av. dos Combatentes com vista para a Praça do Eixo Atlântico

Praça do Eixo Atlântico

Paços do Concelho

Praça da República
Praça da República
Praça da República
Casa da Praça, Casa Malheiro Reimão ou Casa da Capela das Malheiras, é um dos mais belos exemplares da arquitectura barroca portuguesa.

Casa da Praça, Casa Malheiro Reimão ou Casa da Capela das Malheiras

Sé Catedral
Sé Catedral



uma mordoma vianense vestida a rigor 😜
Cafézinho tomado e apreciado o bonito centro histórico da cidade, seguimos para o Monte de Santa Luzia para apreciar o Santuário do Sagrado Coração de Jesus. Trata-se de um santuário cristão católico e que se assume como um ex- libris e cartão de visita da cidade de Viana do Castelo. Do seu sítio descortina-se uma vista ímpar da região, que concilia o mar, o rio Lima com o seu vale, e todo o complexo montanhoso da Serra de Arga, panorama considerado o 3º melhor do mundo, segundo a National Geographic em 1927.Muito tempo passou desde então, mas continua a ser arrebatadora a visão que dali se observa. A sua construção iniciou-se em  1904 e foi concluída em 1959.



















Funicular de Santa Luzia

Descansada a vista, rumámos a Caminha, passando por Afife, Vila Praia de Âncora e Praia de Moledo.




Forte da Lagarteira - Vila Praia de Âncora

Praia de Moledo
Mesmo junto à foz do Minho pode-se observar o Forte da Ínsua localizado na Ínsua de Santo Isidro. Esta pequena ilha, a cerca de duzentos metros da costa, ao sul da foz do rio Minho, foi primitivamente utilizada como local de culto. Em época cristã, nela se erguia uma pequena ermida sob a invocação de Nossa Senhora da Ínsua. Tem a particularidade de ser uma das três ilhas do mundo com um poço de água doce no interior.




Praia de Moledo e foz do Minho


Estava na hora de almoço, e a paisagem marítima ajudava a que a refeição fosse um peixe grelhado, mas ficamos com a ideia que a oferta neste campo em Caminha era quase nula, pelo que voltámos atrás até Vila Praia de Âncora, e embora não tivéssemos visto nem o Quim Barreiros nem a garagem da vizinha, pelo menos satisfizemos o palato.
Voltamos a Caminha, e abandonamos o litoral, a partir de agora seria mais serras...

foz do Minho


Caminha






rumo às serras e aos precipícios 😎

Saímos de Caminha pela EN.301, tomando de seguida a Municipal 526 para Dem, e imediatamente antes de aí chegar, fomos visitar a Capela e Miradouro da Senhora da Serra ou Senhora das neves, como também é conhecida.

Reza assim a lenda da Senhora das Neves:

Há muito tempo, vivia nas fraldas da Serra D’Arga, no local onde hoje está a capela da Senhora da Serra, um pobre monge, metido na toca de um sobreiro velho, fazendo penitência e rezando pelos pecados do mundo. Toda a sua atenção ia para Deus, prometendo grandes privações ao corpo, na comida e na bebida. Vivia o santo do frade sozinho, tendo como única companhia uma pequena imagem de Nossa Senhora, que carregara consigo do convento de onde viera.
Todos os dias o frade confidenciava com a Virgem os seus pensamentos e as suas orações. Havia-a colocado num altar improvisado dentro da cavidade onde morava, para melhor a homenagear e louvar, confiando na sua intercessão para conseguir a purificação total para si, e a salvação para os homens.
Ora aconteceu que um dia, no maior pico do verão, no mês de Agosto, o frade sentiu uma sede terrível que lhe afogueava a garganta. Bem queria o pobre do frade aguentar a sede, dando assim testemunho da capacidade de sofrimento e de penitência com que queria presentear continuamente a Virgem e seu bendito filho. Mas era de tal forma quente o dia, que resolveu suspender a dura renitência, para ir ali perto, junto de uma fonte bem fresca, apagar a secura que lhe afligia a garganta.
Quando regressou ao seu poiso, notou, com extrema surpresa, que a Virgem já lá não estava! Entristecido e aflito, pensou logo que a Virgem o tinha abandonado, por não ter resistido à sede. Ajoelhou-se com o rosto por terra, e suplicou à Senhora: – Ó Virgem, Santa Mãe de Deus! Perdoai a minha falta de sacrifício! Por amor do vosso Santo Filho, meu Salvador, não me abandones!
Nisto, ouviu um grande estrondo! Temeroso do poder de Deus, tapou o rosto com as mãos, até que o silêncio voltou. Levantou lentamente a cabeça e olhou então para o alto. O sobreiro estava desfeito e envolto em brancura! Era a imagem da Virgem rodeada de neve, fitando-o com extrema doçura! E se aquele era um dia esbraseado de Agosto, logo se transformou em dia fresco e acolhedor, que nem a mais suave Primavera.
Vendo tão grande milagre, pegou o frade na imagem da Senhora, e aí lhe construiu um lindo nicho de pedra para a colocar. A partir daquele dia começou a chamar-lhe Nossa Senhora das Neves!






Seguimos por Dem, onde avistamos o Café Capela, local de afamados petiscos,  seguindo-se Orbacém, local que dá nome ao mítico troço com o mesmo nome e que se destacava pela extrema dureza que o caracterizava, até nos embrenharmos por uma estrada de terra que nos levou à Cascata do Pincho.
Esta cascata do rio Âncora, tem um acesso ...digamos que bom para pessoas em forma, o barulho da água é audível a bastante distância, o que sempre encoraja os menos em forma. O som do folclore típico do Minho também era bastante audível, e quando lá chegamos deparamos com uma enorme multidão que ocupava cada poça que tivesse meio litro de água. Admirada a coisa, foi altura de sair dali imaginando o engarrafamento que se iria formar quando fosse hora de abalada para toda a gente.














Depois desta "cansera" nada como refrescar a garganta, pelo que fomos  até S. Lourenço da Montaria, mais propriamente ao muito conhecido Café Caçana beber uma fresquinha e apreciar as vistas, é bem engraçado estar no meio das serras e ver o mar lá bem ao fundo. 














Retemperadas as forças, seguimos para o Santuário da Senhora do Minho, local de peregrinação desde 31 de Maio de 1955. O novo Santuário viu a sua primeira pedra ser benzida em 1984, tendo a obra ficado concluída em 6 de Julho de 2008, sendo da autoria do Arquitecto Ovídeo Carneiro.









A partir daqui pretendíamos seguir por terra até Arga de Baixo, mas... era necessário um carro diferente para levar esta tarefa a bom porto. Ainda tentámos 3 variantes, mas não fomos bem sucedidos. Nestas tentativas fomos apreciando as vistas e a  abundante fauna local.

















Como não fomos bem sucedidos, voltamos ao alcatrão e fomos directamente até Estorãos admirar a sua Ponte Medieval.


a estrada de alcatrão para o Santuário era assim

Ponte Medieval de Estorãos





O dia ia-se aproximando do fim, o apelo do mergulho ia chegando, mas ainda fomos ver o Santuário do Senhor da Saúde, onde estava bastante gente e se realizava a Romaria anual no primeiro domingo de Agosto, que é como quem diz que seria no dia seguinte. Além da sua igreja o Santuário tem uma escadaria rodeada de estátuas de Santos que estão voltadas para Jesus Cristo que está do outro lado abençoando o Santuário.







A Senhora do Minho vista cá de baixo

Daqui seguimos para "casa" demos o mergulho que se ia tornado habitual e voltamos a ir jantar a Ponte de Lima, hoje ao Restaurante Petiscas, no que se veio a revelar a melhor refeição que tivemos em Ponte de Lima. Depois de jantar ficámos na dúvida sobre quem terá ganho a final da Taça😎 




Fica o mapa e o filme do dia:















3 comentários:

  1. Um dia cheio de aventuras por esse Portugal desconhecido.

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  2. Já que ninguém por aqui passa, em vez de estar a gastar dinheiro em chamadas, pergunto mesmo por aqui:
    -Que queres para o jantar?

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