quinta-feira, julho 11, 2019

Estrada Nacional 2 - de norte a sul

Considerações finais e fotos singulares
Esta é uma viagem obrigatória para se poder dizer que se conhece o país. Terminada a viagem, é altura de algumas considerações.
Em animada conversa em Chaves foi-nos afirmado que hoje em dia o que mais pessoas leva a Chaves é precisamente a EN2. Dois dias mais tarde em Góis, foi-nos dito que no sábado até à hora do almoço se carimbaram mais de 70 passaportes.
A maior parte das pessoas que almoçavam na quinta-feira no Restaurante do Mézio, estavam ali devido à EN2. Todas as motos que se encontravam estacionadas na quinta-feira à noite em Chaves, também ali estavam para iniciarem a viagem no dia seguinte, assim como as largas dezenas com que nos cruzamos, em ambos os sentidos, durante a nossa viagem.
Por tudo isto parece-nos inegável a mais-valia económica que esta Rota traz às terras por onde passa. E traz a vários níveis, desde combustível, gastronomia, alojamento, compra de artigos regionais, enfim, uma diversidade de artigos e bens que além de serem transaccionados, aproveitam também esta enorme montra com 738 Km para se divulgarem perante milhares de pessoas. A divulgação do património cultural é outro factor não menos importante.
Adiante, também os Municípios por onde passa a EN.2 se aperceberam das vantagens que lhe poderia trazer uma boa divulgação da Rota. Para isso em Novembro de 2016 foi criada a Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2. Entre outras coisas lançaram o passaporte EN.2. A ideia é que os turistas possam ir recebendo carimbos pelos locais onde passam ao longo da rota: não só dos municípios, mas dos locais imprescindíveis de paragem, em cada um deles.
Excelente ideia, por mim até começar a preparar esta viagem, desconhecia em absoluto a existência do passaporte. Achei a ideia engraçada, e vai daí, compramos 2 passaportes.
E é sobre o passaporte que incide a maior parte das minhas críticas. Fomos em todos os locais extremamente bem recebidos, mas… muitos dos locais onde era suposto irmos carimbar estavam fechados, outros tinham mudado de local, sem qualquer aviso de onde funcionavam actualmente e outros nem sequer tinham o carimbo da Rota, tendo somente o carimbo do Município. Curioso foi notar que Bombeiros, GNR, cafés e farmácias onde fomos carimbar, toda gente sabia o que queríamos, denotando que não tínhamos sido os primeiros a ter lá ido.
Ainda relativamente ao passaporte, pareceu-nos que fazia muito mais sentido que a quadrícula de Loulé aparecesse antes da de S. Brás de Alportel. Reparamos também em algumas situações curiosas:
- Será que alguém se vai desviar da Rota para ir pôr um carimbo a S. Pedro do Sul? a Mortágua? à Lousã???, esta então é de bradar aos céus, é quase necessário uma lupa para entender qual a parte do  Município da Lousã onde passa a EN2.
- Vila de Rei? com o Museu da Geodesia fechado às 17:15 em junho???
- Avis??? 
- Coruche??? ou Couço ??
Outra situação de que não gostei minimamente foi a completa ausência de sinalização. Ponha-se os olhos no Município da Sertã, honrosa excepção a esta situação.
Piores situações, sem duvida os Municípios de Tondela e Abrantes, pois nem os marcos dos Km 200 e 400 respectivamente conseguiram preservar.
Sem dúvida que muito trabalho resta ainda para ser feito. Nós portugueses somos desenrascados, mas e os estrangeiros? Com que ideia ficarão quando se depararem com estas situações depois de lerem que se quer concretizar a geminação da EN.2, com a Route 66, nos Estados Unidos da América, e a Ruta 40, na Argentina?
Tirando tudo isto, não deixem de fazer a EN.2, preferencialmente de Norte para Sul. Vão ver que mesmo com estas situações menos agradáveis vão fazer uma viagem para a vida. E já agora outro conselho: façam os trabalhos de casa e tentem fazer o itinerário o mais fiel ao original.
Ficam algumas fotos curiosas, depois de tanta prosa, já merecem.





























































1 comentário:

  1. Uma análise muito pertinente sobre esta estrada ncional que tem tudo para ser um itinerário turistico de excelência mas que ainda tem muitas arestas por limar.

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