BLOG DO GRIST: Estrada Nacional 2 - de norte a sul

Sexta-feira,21 de Junho 2019 - Chaves - Viseu - 225Km

Entusiasmo era coisa que não nos faltava, na realidade, era hoje que tudo começava, ontem foi só um aperitivo, como tal, às 9 da manhã estávamos a rolar. Já ontem tínhamos carimbado o passaporte e tirado a foto da praxe, hoje demos uma volta à rotunda do Km 0 e iniciámos a viagem.

Foi a admirar os nomes das terras por onde íamos passando que percorremos os primeiros 17 km que nos levaram até Vidago, onde fomos espreitar o Palace Hotel e os seus jardins. Aproveitamos também para provar a água de Vidago, directamente da fonte. Passamos pelo Balneário Pedagógico de Vidago, obra do Arquitecto João Paulo Loureiro composto pelos remodelados edifícios da antiga estação dos caminhos de ferro e edifícios novos e contemporâneos, interligados através de uma galeria com elementos em ferro e vidro.

Hotel Vidago Palace

nascente da água de Vidago

Balneário Pedagógico de Vidago

Toda esta zona, ou mais concretamente toda a zona entre Chaves e Penacova apresenta um notável conjunto de pólos hidrominerais, todos associados ao acidente tectónico designado por Falha de Penacova-Régua-Verin. São águas de circulação profunda, cujas fontes surgem nos leitos dos rios ou nas suas proximidades.
Já que andamos em zona de boas águas, fomos provar mais uma, a das Pedras Salgadas. Aproveitamos também para carimbar mais uma quadricula, desta vez na Loja Interactiva de Turismo de Pedras Salgadas, e referente ao Município de Vila Pouca de Aguiar.

boas vindas do Município de Vila Pouca de Aguiar

De volta à estrada, atravessámos Vila Pouca de Aguiar e um pouco mais à frente saímos da EN.2 para irmos visitar as ruínas do Castelo de Pena de Aguiar, estrutura militar construída no Séc.XII, hoje completamente em ruínas.

lá em cima é a A24

à saída de Carriça

o castelo lá no alto

os últimos metros foram assim

as vistas

Eram 11:30 e ainda só tínhamos andado 42 km, pelo que o melhor ....era comer o pastel de Chaves que tínhamos trazido da Pastelaria Maria.
Os próximos destinos eram o Fojo do Lobo da Samardã, e Vilarinho da Samardã, onde queríamos visitar a casa onde entre 1839 e 1841 viveu Camilo Castelo Branco.
O Fojo é, ou melhor era, pois está em ruínas, um muro de forma tosca, com cerca de dois metros de altura e levemente inclinado para o centro, sendo que o lobo depois de lá entrar não conseguia sair.

monumento ao emigrante

os espigueiros de Vilarinho da Samardã

Igreja de Vilarinho da Samardã

Daqui seguimos em paço acelerado até Vila Real, demos uma volta ao Circuito, carimbamos o Passaporte na Câmara , espreitamos a Sé Catedral,que faz parte das 4 Catedrais que se podem ver no trajecto da EN2, passámos na ponte velha e constatámos que no prédio junto ao antigo Circuito onde durante largos anos esteve o painel da Mabor está agora um outdoor de uma clínica.

Câmara Municipal

a ponte do circuito antigo

o Circuito actual

Mateus

o prédio onde estava o painel da Mabor

Para além disto tudo, Vila Real estava a engalanar-se para as corridas do início de Julho.

Decidimos ir almoçar a Santa Marta de Penaguião, eram mais 14 Km, mas por certo iríamos almoçar mais tranquilamente que em Vila Real. Bem pensado, melhor efectuado, não foi tão rápido como imaginamos, pois as vistas....obrigaram a algumas paragens. Enchemos o olho, tiramos umas fotos, e o Restaurante Santa Marta proporcionou-nos um excelente almoço.

Reconfortados com a excelente tábua mista de queijos e enchidos, quer dizer...e também com o tinto, fomos à Adega cooperativa que era mesmo ali ao lado comprar um recuerdo tinto.

Comprado o néctar, fomos carimbar, e seguimos para a Régua. As paisagens continuavam grandiosas.

Na Régua fizemos a Marginal de uma ponta à outra, carimbamos e como não estava fácil estacionar, paramos junto ao rio, tiramos umas fotos e seguimos.

Tínhamos indicação de que ao Km 91 havia um posto da antiga PVT, Polícia de Viação e Trânsito, mas ou desapareceu, ou não o vimos. Seguimos para Lamego, já a perceber que tínhamos sido ambiciosos demais para este dia. Embora de pouca quilometragem, tinha coisas e locais a mais, o que vale é que é de dia até às 21:30. Mais ou menos a meio caminho entre a Régua e Lamego deparámos com o km 100.

Chegados a Lamego fomos carimbar à Loja Interactiva que tem à porta um marco todo bonito, curiosamente colocado do lado esquerdo da via.

De seguida fomos fotografar a escadaria da Nossa Senhora dos Remédios e visitar a Sé Catedral, mais uma das 4 que se podem encontrar no percurso da EN2.

homenagem aos mortos da 1ª Grande Guerra

antigo posto da PVT

Estava na altura da fazer mais um desvio à EN2 e ir ver a Capela de S. Pedro de Balsemão. A capela de São Pedro de Balsemão é um monumento tão relevante cientificamente quanto problemática é a sua cronologia e forma original. Nos últimos cem anos, a historiografia divide-se em duas propostas cronológicas antagónicas: a época visigótica (séculos VI-VII) e a expansão do reino asturiano (séculos IX-X). Até ao momento, não foi possível confirmar qualquer destas sugestões.

Curiosamente o funcionário do turismo lá presente garantiu-nos que era o templo cristão mais antigo da Península Ibérica e que datava do Séc.VI.

De volta a Lamego, fomos ver o Santuário da Nossa Senhora dos Remédios.

Seguimos para Castro Daire e pelo caminho passámos pelo ponto mais alto de toda a EN2, no Alto de Bigorne com 987m, pelo Mézio, onde almoçamos ontem, e pelo Colo do Pito.

Bigorne - 987 metros de altitude

o famoso Colo do Pito

Chegados a Castro Daire, fomos carimbar aos Bombeiros e seguimos para as Termas do Carvalhal onde aproveitamos para carimbar na quadricula de S. Pedro do Sul.

Termas do Carvalhal

Tivemos uma boa "ponta final" e pelas 19:30 estávamos a fazer o chek-in.
Já frescos, voltamos a sair, fomos jantar à Tasquinha da Sé que tem uns bons petiscos e ainda fotografamos mais umas coisas de Viseu.