Acordámos com cheiro a relva cortada e com esta vista.
Pequeno almoço tomado, algumas compras feitas no comércio local e foi altura de nos fazermos à estrada. Demos ainda uma última olhada à Tapada.
A próxima paragem foi Mértola onde também aproveitámos para fazer algumas compras.
De volta à estrada, resolvemos desta vez, vir por Castro Verde, ao invés de por Beja, por onde sempre vimos.
De Castro Verde, onde já tínhamos pernoitado aquando na nossa viagem "Estrada Nacional 2" seguimos para Aljustrel. Começámos a encontrar grupos de peregrinos que se deslocavam para Fátima. Por aqui notava-se bem o acréscimo de visitantes que estas vilas tiveram com o facto de serem atravessadas pela Rota da EN2. Parámos e bebemos um café.
Saímos de Aljustrel por uma bonita secundária, por onde nunca tínhamos passado, a EN 383, que passa por Montes Velhos, Canhestros e vem dar a Santa Margarida do Sado, sendo que uma boa parte dela, é paralela e bem próxima da AE2. Por pouco não atropelámos um javali que atravessou a estrada sem ser na passadeira... era coisa para fazer estrago, pois o bicho era crescido.
Chegados a Santa Margarida, acabou-se a novidade da estrada, seguimos por nacional até Alcácer e um pouco mais à frente entrámos na auto estrada.
A viagem pela auto estrada foi mesmo curta, pois como pretendíamos ir almoçar a Lagameças, saímos na Marateca, seguimos por Águas de Moura e lá nos fomos deliciar com um belo peixinho grelhado.
Almoçámos muito bem, e foi aqui que começou mesmo a saber a fim de festa...
Passados 877km, quando chegámos a Almada começou a chover, o que não invalidou que mais uma vez, e como sempre acontece, tenhamos sido recebidos de braços abertos.
Monte Gordo - Minas de S. Domingos sexta feira 3 de Maio
Dia de despedida de Monte Gordo, pequeno almoço tomado e rumámos a Ayamonte.
A cidade cresceu, mas mantém as suas raízes árabes, algo bem patente na sua identidade visual, nomeadamente com as casas caiadas de branco.
Estacionado o carro bem perto do Porto de Ayamonte, foi altura de percorrer o centro histórico. Apreciámos o Porto e a zona envolvente, onde reparámos no Monumento à música, em cuja base se podem ver alusões a três grandes Bandas de música Portuguesas. Inaugurado em 2006, pelo presidente da Câmara D. Rafael Gonzalez, como forma de reconhecimento das bandas musicais que historicamente estabeleceram através dos seus acordes, laços entre os dois países.
Continuámos pela Plaza de la Coronación e fomos ver que peixe havia no mercado, por aqui chamado de Mercado de Abastos.
Continuámos junto ao rio e seguimos até ao cais onde atracam os ferrys que fazem a ligação com Vila Real. Daqui vê-se perfeitamente Castro Marim, Vila Real e até o farol de Vila Real.
Seguiu-se o Centro Histórico, onde passámos pela Igreja das Angústias e pela Plaza de la Laguna.
Foi altura de almoçar, atestar o carro a preço de que nem já nos lembrávamos e seguir viagem.
O próximo destino era Sanlúcar de Guadiana, povoado espanhol que vimos aquando da nossa viagem Escapadinha Pascal de 2023, e que nos despertou o interesse. Como escreveu José Saramago em 1980 no seu livro “Viagem a Portugal, as duas vilas, postas sobre o espelho da água, hão - de ver-se como o espelho uma da outra”.
Para lá chegar percorremos 40Km por boas estradas e passámos pelas pitorescas vilas de Villablanca e San Silvestre de Guzmán.
Os Guzman, senhores de Sanlucar de Barrameda, Província de Cádiz, vieram para estas terras que batizaram com o mesmo nome da referida aldeia e que era domínio de Medina Sidonia.
A grande importância de Sanlúcar de Guadiana reside no facto de ser um porto natural que desde há muitos anos dá acesso à planície central desde o Atlântico, como o demonstra o Castelo de São Marcos.
Fomos até ao Castelo de São Marcos, mas estava fechado. Segundo a Wikipédia o primeiro castelo terá sido fundado pelos portugueses em 1239, integrando uma série de fortificações em pontos estratégicos do curso do Guadiana. A fortificação foi tomada pelos portugueses em 1666, que a conservaram até à paz de 1668.
Apreciado este pedaço de história seguimos para Portugal. Passámos por El Granado, onde já atestámos algumas vezes, mas hoje não justificava e fomos até ao Pomarão, onde atravessámos a ponte sobre a Ribeira de Chança vimos a imponente Barragem de Chança e parámos junto à Capela, o que nos permitiu tirar umas fotos.
O Pomarão viveu o seu apogeu quando o seu porto era usado para carregar os navios com o minério (pirites) que vinha por via férrea desde a mina de S. Domingos, encerrada no início dos anos 70, para a CUF, no Barreiro, e para Inglaterra (por Vila Real de Santo António).
O minério chegava ao porto do Pomarão transportado por uma das primeira linhas de caminho-de-ferro construídas em Portugal (1858), apenas dois anos após a inauguração do troço Lisboa-Carregado.
Hoje em dia, mais propriamente em 2023 tinha 11 (onze), habitantes
Parte desta linha ainda é visível no trajecto que fizemos a seguir. Seguimos para Bens onde se pode comprar o melhor doce de abóbora que conhecemos- Doce de Abóbora Monte dos Bens. Aqui é perfeitamente visível a antiga linha de caminho de ferro, tal como um pouco mais à frente no cruzamento para Santana de Cambas, onde existe uma referência em forma de Ponto Histórico.
Aproximava-se o final do dia de hoje, seguimos por Moreanes, e chegámos à Mina.
Feito o check-in, fomos ver como estava a Tapada e por ali ficámos a apreciar o silêncio, quer dizer...e as frescas também.
Para terminar o dia fomos jantar a Moreanes, onde o Cesário estava inspirado.