Sábado 06-09-2014 – Taza– Tendrara
137,5 km
asfalto + 194 km
pista
Hoje iríamos finalmente entrar no
Planalto do Rekam, motivo inspirador da viagem deste ano.
Alvorada às 6 e pouco, de modo a
sair às 7 da matina, e mais uma vez, ainda não estava na hora e já todo o grupo
estava pronto para partir. O dia de hoje prometia, finalmente iríamos fazer
pista com fartura e começaríamos a circular no Planalto do Rekam.
Saídos de Taza, seguimos até
Guercif onde nos abastecemos de pão, água e combustível para dois dias, bebemos
um chazinho para descongestionar e dissemos adeus à civilização, a partir daqui
iríamos andar mesmo pelo meio de nada.





Mais uns km em alcatrão e em 33°
55.049'N e 3° 22.685’W entrámos em pista. Pedra, trialeiras e mais pedras e mais
trialeiras….foi assim um bom bocado, mas chegados lá ao alto começaram os
estradões, rápidos, mas a necessitarem de alguma atenção à navegação, pois as
pistas paralelas eram mais que muitas. Mal entrámos na terra, aconteceu o
primeiro furo da caravana, um bom rasgo num dos pneus da frente da Dodge do Zé
Pereira, sim porque esta coisa dos furos toca a todos. Enquanto mudávamos a roda,
claro que surgiram uns mirones, e um deles que chegou montado num burro, foi
presenteado com um fato completo oferecido pelo Fernando. Depois de feito o nó
da gravata, foi inesquecível ver a cara de satisfação dele envergando o casaco
e a gravata por cima da roupa que trazia vestida, e montado no burro…
Mudado o pneu e dadas algumas
lembranças foi altura de “soltar “ a cavalaria e dar largas ao prazer de rolar
rapidinho por aquelas pistas maravilhosas.
Claro que até ao almoço, foi bem
rápido, pudera…
Foi em 33º41.386’N e 02º52.605’W
que paramos, montamos a tenda e fomos almoçar. Como não podia deixar de ser,
passados uns breves instantes eis que “eles” começam a surgir. Desta vez foi
uma mãe ainda com cara de adolescente acompanhada de seus filhos que
apareceram. Também para eles se arranjou uns pacotes de leite, uns brinquedos e
alguma coisa para comerem, mais uma vez ver aquelas caras de alegria fez valer
a pena.
Acabado o almoço e arrumada a
tralha toda, ala que se faz tarde, o ritmo continuou bem vivo, diria até que
vivo demais pois em 33º16.644’N e 02º29.830’W tocou-nos a nós um furo, quer
dizer, aqui não se fura, rasgam-se pneus.
Foi altura de experimentar os
suportes para o Hi-lift, funcionaram lindamente. Trocada a roda e como ainda havia
mais uma….toca a continuar vivinho. O ritmo só abrandava quando a pista
desaparecia, levada pela força das águas. Impressionante os estragos que as
inundações por aqui causam. Descobrir por onde se conseguia atravessar os oueds
demorava o seu tempo e requeria alguma perícia para os transpor.Como alguém disse, e muito bem: Marrocos é um país assolado pela seca, em que o maior problema são as inundações.
E foi neste ritmo que continuamos
até chegar a Tendrara e montar o acampamento em 33.03.095’N 02º00.437’W
Tendas montadas, fogueira acesa,
foi altura de grelhar uma carninha, acompanhada por um bom tinto do Alcube, e
fazer um agradável serão até o “João-pestana” chegar.
 |
Tendrara |
 |
Tendrara |
 |
Tendrara
|