Sexta-feira, 13 Abril de 2012
Por volta das 17.00 horas chega o telefonema do António a dizer que ia sair de Lisboa. Mais um pouco e estávamos em casa dele, arrumar umas caixas de ferramentas, um macaco, a parafernália informática, ver se tudo estava em condições e ala que se faz tarde. Esta era a minha 4ª participação e a 6ª do António, pelo que já tínhamos uma ideia bem definida do que nos esperava, e do que iríamos precisar.
Pelo caminho fomos vendo que o Terratrip estava mesmo bem aferido e que os campos e caminhos circundantes á auto-estrada estavam molhados, mas sem poças, sinal que tinha chovido pouco por aquelas paragens.
Rapidamente chegamos a Évora, mais precisamente ao Évora Hotel, local do Secretariado e onde dormiam muitos dos participantes, nós incluídos.
O Secretariado estava mesmo no hall do hotel, pelo que rapidamente fizemos o check-in e levantamos a publicidade, regulamento e mais umas informações.
Apesar de temos uma ideia onde íamos jantar, mas já que estávamos á conversa com pessoal de Évora, acabámos por perguntar onde era bom…. Ao que o Gato nos sugeriu o Botequim da Mouraria, só se come ao balcão e só tem 9 lugares, mas vale a pena, dizia ele. Lá fomos descobrir o tal Botequim da Mouraria, como o nome sugere fica mesmo dentro das muralhas, bem próximo dos CTT.
E valeu mesmo a pena… a dificuldade está na escolha do vinho, tal a oferta e qualidade. Mas das entradas ao prato, passando pela simpatia do patrão, e acabando na sobremesa, é um verdadeiro regalo.
Foi bem jantados que regressamos ao hotel, estava o pessoal todo na conversa e por ali nos deixámos estar mais um bom bocado, até que fomos colar os autocolantes e posicionar a viatura para podermos ser dos primeiros a arrancar. De preparativos, estava feito, e ficou registado o Botequim.
Sábado, 14 de Abril de 2012
Ás 7:45 tocam os despertadores…. Toca a despachar, e foi já bem fresquinhos que fomos ao pequeno-almoço. Estava um belo dia para uma passeata, tinha chovido bem de noite, o que tinha acalmado o pó e tornado o piso mais macio. O programa de hoje era uma volta de 220kms para leste de Évora que nos levava a passar por Redondo, Terena, almoço na margem do Guadiana, Vila Viçosa, Serra de Ossa, Évora Monte e regresso a Évora. Este ano toda a parte competitiva do Passeio se desenrolava neste dia, afim de se poder fazer a distribuição de prémios no jantar, de modo a que no domingo não fosse necessário ficar á espera que todos chegassem para almoçar e distribuir os prémios, pelo que nos esperava um dia com bastante actividade.
Chegam as 9 horas e fomos mesmo dos primeiros a arrancar, é sempre bom irmos á frente ou quase, sempre se dá utilidade ao road book (as distancias estavam perfeitas) e se pode manter o ritmo que queremos.

Passados breves kms, surge o primeiro Controle e entramos em terra, mais um pouco á frente a primeira prova. Numa bifurcação em que ambos os caminhos se juntavam mais á frente deveríamos seguir pelo azimute 60, o que foi feito, e nos valeu mais uns pontinhos.
Os Kms e os Controles vão-se sucedendo, o Redondo fica para trás, depois de atravessadas as suas vinhas, que se mostravam bem escorregadias e nas proximidades de Terena nova prova.
Desta vez foi-nos entregue uma carta militar com o local onde nos encontrávamos assinalado e era pretendido que marcássemos o local por onde tínhamos passado 3 notas antes. Ponto marcado e mais uns pontinhos para o pecúlio. Pelo caminho tínhamos também apanhado umas fitas de outro passeio o que também rendia pontos. Com isto tudo o almoço estava cada vez mais perto e quando lá chegámos tínhamos mais uma prova á nossa espera. Uma carta da zona, onde deveríamos marcar o trajecto que fizemos desde o ultimo troço de alcatrão até aqui chegarmos. Foi já com a bela da imperial fresquinha que demos conta de mais esta, e …mais uns pontinhos. A coisa até que estava a roçar a perfeição.
Mais uma vez o Clube Aventura nos surpreende com um belo almoço aliado a uma não menos bela paisagem.
Mais uma vez o Clube Aventura nos surpreende com um belo almoço aliado a uma não menos bela paisagem.
Estavam ainda alguns a chegar quando foi dada a partida da etapa da tarde, e mais uma vez nos fizemos ao caminho. Passámos por Vila Viçosa, Bencatel, bem próximo de Borba e entrámos na Serra d’Ossa. Dentro do jipe interrogávamo-nos se na serra iríamos ter navegação ou regularidade, ou as duas. Os estradões e corta fogos iam-se sucedendo e quando chegámos aqui 38°45.875'N 7°36.433'W ficámos a perceber que era navegação mesmo.
Para esta prova deram-nos mais uma carta militar escala 1/25000 com o ponto em que nos encontrávamos marcado, e com mais 4 pontos marcados, onde tínhamos de nos dirigir para picar um cartão com um alicate que se encontrava nesses locais. A ordem de picagem era arbitrária e dispúnhamos de 60 minutos para fazer a prova. Se levássemos cartografia digital penalizámos um ponto, podendo no entanto levar um gps sem imagens. Optámos por deixar o iPad e toca de pegar no transferidor e traçar azimutes. Para o primeiro ponto a coisa até que correu bem, siga para o segundo e aqui começou o desatino. O caminho tinha de ser por ali, mas como nos tinham dito que os pontos ficavam todos em caminhos rolantes, e aquele de rolante tinha mesmo pouco, convencemo-nos de que não era por ali. Bem…abreviando a coisa, começamos a bloquear, o tempo a passar e nada. Quando já faltava mesmo pouco para os 60 minutos tomámos a decisão que deveríamos ter tomado logo de início, fomos buscar o iPad, e aponta lá um ponto, que com isto acertamos todos. Quer dizer…acho que mesmo assim falhámos um e penalizámos em tempo, mas com aquela “ajudinha” do iPad, a coisa sempre correu melhor. Lá terminámos a prova, um bocado chateados por não termos decidido logo de inicio levar o aparelhómetro, mas já estava, siga…
A partir daqui foi rolar, passámos por Évora Monte, Azaruja e seguimos para Évora.
Pelo caminho ainda atravessámos o Rio Dgebe, onde involuntariamente demos um banhito ao fotógrafo, e conseguimos pôr a matricula á banda. E assim chegámos ao fim, satisfeitos, mas com a navegação atravessada…

Chegados ao hotel foi altura de verificar níveis, dar um aperto a um terminal de bateria que estava algo frouxo, estacionar preparado para o dia seguinte, e lá fomos então tratar de nós. Banhoca tomada foi altura de verificar os nossos níveis no bar do hotel e ver um pouco do Real Madrid. Começa o jantar, e foi bem acompanhados por conhecidos de outras edições que fomos jantando.
Começa a distribuição de prémios, do último para o primeiro como é da praxe, e quando chegou ali ao quarto ou quinto….já fomos, foi o pensamento, a navegação deu cabo disto.
A cereja no topo estava reservada mesmo para o fim, e foi meio estupefactos que ouvimos chamar a equipa 214 como vencedora. Para quem nas edições anteriores tinha obtido respectivamente o 14º, 7º e 4º lugares…este foi o resultado que faltava.
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Classificação Geral |
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Percurso 1º dia |
Domingo, 15 de Abril de 2012
Ás 7:45 tocam os despertadores…. Mas hoje acordámos muitooo bem dispostos
De classificação está tratado, bora lá dar mesmo uma esfrega ao Pajero.
Neste dia estava tudo com vontade de arrancar cedo, e só conseguimos arrancar em 9º ou 10º., isto falando de autos, porque as motas é outra guerra. Breve passagem pelo alcatrão e eis que surge a terra, pista mesmo apetecível para andar depressa, mas estreita e no meio de aramadas, e como os parceiros que seguiam á nossa frente eram “calmos” mesmo, lá fomos andando e desesperando com aquele andamento. Passámos Valverde, os kms a passarem e nada de conseguir passar ninguém. Foi mesmo a seguir a Nossa Senhora da Torega, que entrámos para 3600 metros de asfalto e foi aqui que começámos a passar uns quantos. Faltava passar 3 e 400 metros para entrar em terra á direita que pensámos: bora lá encostar á direita que com esta velocidade…alguém vai falhar a entrada para a terra. Certinho e direitinho, e lá fomos os primeiros a entrar na terra. A partir daqui…pouco mais á a contar, foi “fazer o gosto ao pé” e irmo-nos divertindo até final.
Voltámos ao Kartódromo, já estavam mais dois ou 3 carros e uma motas e fomos bebendo uma fresquinha e almoçando.
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Percurso 2º dia |
Por último, não posso deixar de dar os parabéns ao Clube Aventura por manter viva uma prova indissoluvelmente ligada às origens do todo-o-terreno em Portugal e que, hoje como em 1986 (data da primeira edição) continua a ajudar-nos a descobrir um país diferente
E pronto, assim foi o Transportugal 2012, resta esperar pelo 2013.